O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai iniciar a produção em larga escala da vacina antirrábica de uso veterinário por cultivo celular, produto biológico denominado Rhabdocell – vacina antirrábica inativada para cães e gatos. A produção foi autorizada pelo Ministério da Agricultura, que aprovou as adequações feitas no laboratório do instituto, expandindo o prazo de validade da autorização até 2019.
A fabricação de vacinas por cultivo celular utiliza células de rim de hamster (BHK – baby hamsterkidney), sem a necessidade de sacrificar o animal. Serão doses de 1 ml, com validade de dois anos, substituindo a vacina antirrábica de uso veterinário pelo método Fuenzalida Palácios, que utilizava como substrato cérebro de camundongos neonatos, em doses de 2 ml e validade de um ano.
Além de evitar o sacrifício de animais, o novo método permite obtenção de produto mais puro, eficiente – por induzir maior produção de anticorpos – e mais seguro para os animais, por não provocar efeitos colaterais. “Trata-se de uma inovação importante, que gera segurança e qualidade ao produto, além de ter um reconhecimento internacional”, disse Julio Salomão, diretor bioindustrial do Tecpar.
Toda a produção já está destinada ao Ministério da Saúde, para ser usada nas campanhas nacionais de vacinação. De acordo com Salomão, o instituto tem capacidade de fornecer pelo menos 10 milhões de doses para o ano que vem, com previsão de dobrar a produção para 2014.
Isso será possível devido à recente formalização de convênio para receber recursos de R$ 46 milhões do Ministério da Saúde, com a contrapartida de R$ 10,5 milhões do governo do Paraná, conforme autorização do governador Beto Richa.
Com os investimentos e a utilização da tecnologia, o Tecpar terá condições de aumentar gradativamente a produção, até atingir 30 milhões de unidades por ano – o que será o maior volume de fabricação do mundo em vacinas antirrábicas para imunização de cães e gatos. “Vamos produzir vacinas de mais qualidade e transformar o Tecpar em um dos mais avançados institutos de pesquisa do País”, afirmou Júlio C. Felix, diretor-presidente do Tecpar.
A produção das vacinas começou com lotes experimentais que eram encaminhados ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), especializado em inspeção e controle de qualidade de vacinas. Agora, depois de aprovados, vão se transformar em lotes comerciais.
Fonte: AEN/PR