Atestado de óbito da mulher confirmou a dengue como causa da morte, no entanto, secretaria diz que ainda é preciso realizar novos exames.
A Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR) investiga se a morte de uma mulher de 53 anos foi causada por dengue. O caso aconteceu na quarta-feira (13), em Paranavaí, Noroeste do estado.
Segundo o secretário de Saúde de Paranavaí, Agamenon Arruda de Souza, o atestado de óbito da mulher confirmou a dengue como causa da morte. “É um caso residente. Ela contraiu a doença aqui emParanavaí”, garantiu.
Apenas a confirmação no atestado de óbito e de um exame, no entanto, não são suficientes para a Secretaria de Estado de Saúde. “Não podemos nos ater a apenas um registro, mas a vários acompanhamentos. Precisamos investigar desde o início dos sintomas até o óbito”, explicou o coordenador de Sala da Situação da Dengue da Sesa-PR, Ronaldo Trevisan.
Segundo ele, a secretaria precisa ser criteriosa nas avaliações. “Um dos fatores pode ter dado positivo, mas não significa que tenha morrido por dengue. A pessoa pode ter morrido com dengue. É diferente”, avaliou.
Outro caso que será investigado pela Sesa é a morte de um idoso em Campo Mourão, na região Centro-Oeste. Como no primeiro caso confirmado de dengue no Paraná, ele contraiu a doença em Peabiru, também no Centro-Oeste.
Paranavaí investiga mais duas mortes
A Secretaria de Saúde de Paranavaí ainda investiga outras duas mortes por dengue: de uma idosa de 77 anos e de um idoso de 86 anos, que teriam contraído o vírus no município e morrido em Presidente Prudente (SP). “O caso da senhora é porque ela estava debilitada e pegou a doença. Automaticamente a imunidade dela baixou muito e morreu.”
Apoio no combate ao mosquito
A 14ª Regional de Saúde, em Paranavaí, registrou o maior número de casos confirmados de dengue em todo o Paraná: foram 1.457, segundo o último boletim da dengue da Sesa-PR, divulgado na noite de quarta (13). Somado a isso está o fator de Paranavaí ser a segunda cidade em número de registros da doença, perdendo apenas para Peabiru – são 856 contra 872 confirmações.
Tal situação, além de manter Paranavaí entre as seis cidades com epidemia de dengue no estado, levou aDefesa Civil do Paraná a enviar membros para o auxílio no combate ao Aedes Aegypti. O apoio chegou nesta quinta-feira (14) e é comandado pelo capitão Romero Nunes da Silva Filho, coordenador da Defesa Civil estadual. “Viemos em apoio às ações para o controle da dengue. Tentaremos assessorar e movimentar recursos para o município”, declarou.
Fevereiro chuvoso favorece propagação da dengue
Sete municípios, entre os quais Londrina e Maringá, apresentam alto risco climático para o desenvolvimento do mosquito transmissor da doença.
As chuvas incessantes de fevereiro devem fazer com que o mês se torne o mais chuvoso deste ano no Paraná. O problema é que, combinadas com as altas temperaturas que costumam vir em seguida e com a água acumulada em locais de difícil acesso, as precipitações criam condições favoráveis à reprodução do mosquito da dengue. Segundo o último boletim da dengue, divulgado ontem pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), sete municípios apresentam alto risco climático para o desenvolvimento do Aedes aegypti: Londrina, Maringá, Paranavaí, Cambará, Umuarama, Guaíra e Guaratuba.
Para o coordenador de Sala da Situação da Dengue da Sesa, Ronaldo Trevisan, este é o momento de a população ficar mais alerta aos focos de água parada. “Todo esse momento climático está favorecendo o desenvolvimento do vetor. Precisamos desfavorecer, reduzindo os criadores do mosquito”, alertou. Janeiro costuma ser o mês mais chuvoso do ano, mas a previsão do Instituto Meteorológico Simepar é que fevereiro supere a média dos primeiros 31 dias do ano.
O motivo apontado pelo instituto é a forte influência que as regiões Norte e Centro-Oeste do estado estão recebendo das Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), localizadas na região de São Paulo e que geram instabilidades permanentes no tempo. “As chuvas que ocorreram no Norte do estado chamaram a atenção”, afirma a meteorologista do Simepar Sheila Radmann da Paz Rivas. “As demais regiões estão na média”, complementa.
Temporais
Em Paranavaí, no Noroeste do estado, a precipitação foi de 33 milímetros em 15 minutos na terça-feira de carnaval. A situação foi considerada de chuva extrema. “Choveu muito e em pouco tempo”, declarou Scheila. A média histórica do município para fevereiro, de 170 milímetros, já foi superada neste ano e a cidade atingiu a marca dos 230 milímetros. Em Maringá, choveu mais da metade da média histórica para todo o mês de fevereiro em apenas 16 horas do dia 3 de fevereiro: foram 86,7 milímetros, sendo que a média é de 160 milímetros.
A cidade que mais ultrapassou a média mensal, no entanto, foi Campo Mourão, na Região Centro-Oeste. O aumento foi de 70 milímetros (subindo de 170 para 241 milímetros em menos de 15 dias). Um temporal atingiu o município na segunda semana do mês, destelhando mais de 100 casas e derrubando cerca de 250 árvores sobre casas, ruas, avenidas e fios de alta tensão. Segundo a Copel, pelo menos 7 mil unidades consumidoras ficaram sem luz e 20 postes caíram.
Boletim
Número de cidades com epidemia sobe para seis no Paraná
Quinta do Sol, no Centro-Oeste do Paraná, entrou na lista de cidades com epidemia de dengue no Paraná. A confirmação foi feita ontem pela Sesa, durante a divulgação de mais um relatório semanal da dengue. Agora são seis cidades com epidemia da doença – Peabiru, Paranavaí, São Carlos do Ivaí, Fênix e Japurá são as demais, todas nas regiões Noroeste e Centro-Oeste do estado. Os municípios apresentam proporção de pelo menos 300 casos para cada 100 mil habitantes e, juntos, concentram 72% das 3.493 ocorrências confirmadas no estado.
Outras seis cidades correm o risco de entrar na lista: Amaporã, Terra Rica, São João do Caiuá, Tamboara e Santa Fé, no Noroeste do estado, e Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste. O Paraná teve 844 novos casos de dengue confirmados em uma semana. Até agora uma pessoa morreu no estado: um aposentado de 75 anos faleceu em Campo Mourão, mas contraiu o vírus em Peabiru.
Fonte: Gazeta Maringá – Por: WILLIAM KAYSER, DA GAZETA MARINGÁ