João Carlos Siqueira Rodrigues ficou internado por quatro anos no Hospital Evangélico, mas morreu vítima de um erro de um funcionário. Segundo o MP, em tese, o servidor poderá responder por homicídio culposo. A Polícia Civil vai apurar as eventuais responsabilidades criminais na morte de João Carlos Siqueira Rodrigues, que estava internado havia quatro anos no Hospital Evangélico e que morreu no fim de agosto, vítima de um erro de um funcionário. Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (5), o Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que vai acompanhar as investigações policiais. A Promotoria de Proteção à Saúde Pública de Curitiba informou que, em tese, o servidor poderá responder por homicídio culposo – quando não há intenção de cometer o crime. O hospital também pode ser responsabilizado, segundo o MP.
Rodrigues ficou conhecido por produzir um livro, mesmo sem sair do leito do hospital. Ele morreu em 28 de agosto, depois de ter permanecido quatro anos internado no Evangélico, por conta de uma doença neuromuscular degenerativa. Segundo nota do MP-PR, a principal tese é que o auxiliar de enfermagem teria desligado o aparelho que mantinha o paciente respirando.
O inquérito foi instaurado pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa). A delegada que preside o procedimento, no entanto, está em férias e deve retornar aos trabalhos na segunda-feira (8).
Na quinta-feira (4), o Hospital Evangélico divulgou o resultado de uma sindicância, que reconheceu que o paciente morreu por um “ato falho de um profissional”. A Promotoria deve analisar as provas produzidas pela Polícia Civil, cruzando as informações com os elementos apontados pela sindicância feita pelo hospital.
“A Promotoria também não afasta a possibilidade de responsabilização do Hospital Evangélico por não ter, supostamente, capacitado e orientado adequadamente o funcionário”, diz a nota do MP-PR.
Nesta sexta-feira (5), o Hospital Evangélico preferiu não se manifestar sobre o caso. Em nota divulgada na quinta-feira (4), a direção do hospital afirmou que “lamenta o erro humano e ratifica sua solidariedade e integral apoio à família”.
O paciente
Rodrigues era portador de uma doença neuromuscular dengenerativa, a polirradiculoneuropatia. Por causa disso, ele perdeu o movimento dos músculos e passou a respirar com a ajuda de aparelhos. Apesar da doença, o paciente se mantinha lúcido e chegou a produzir um livro, ditando as sentenças a uma pessoa que as transcrevia. A obra – “Caçador de Lembranças” – foi publicada em 2011. Ainda enquanto esteve internado, Rodrigues ficou noivo e se casou.
A mãe de João Carlos, a dona de casa Elza Siqueira Rodrigues, de 68 anos, morreu no dia 28 de agosto após saber do falecimento do filho. Elza teria problemas cardíacos e ficou muito nervosa quando foi comunicada por telefone sobre o falecimento de João. Ela morreu vítima de infarto agudo, segundo o hospital.
Enquanto estava internado no Evangélico, Rodrigues elaborou o livro “Caçador de Lembranças”, publicado em 2011. Ele ditava as sentenças do livro a uma pessoa que as transcrevia. Ainda no internamento, o paciente ficou noivo e se casou.
Fonte: Gazeta Maringá – por: Felippe Anibal