Lideranças paranaenses do comércio, indústria, comunicação, agricultura e da política defendem que o Senado vote com urgência o pedido de financiamento do Paraná junto ao Banco Mundial, no valor de US$ 350 milhões (cerca de R$ 730 milhões). Segundo eles, os novos recursos são fundamentais para a execução de programas que contribuam para o crescimento econômico e social do Paraná.
Nesta semana, a intervenção do senador Roberto Requião impediu que o pedido de financiamento do Paraná fosse votado no Senado. “É inaceitável essa atitude do governador aposentado contra o Paraná, que traz grandes prejuízos aos paranaenses”, criticou o governador Beto Richa.
Para as lideranças do Estado, o empréstimo será um fator decisivo para alavancar o setor produtivo, com a melhoria da gestão pública e um processo equilibrado em termos sociais, econômicos e ambientais.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, afirmou que acredita que o Senado irá aprovar o quanto antes os recursos para o Paraná, que serão investidos em saúde e educação. “Espero que essa temática seja rapidamente resolvida para que o governo consiga cumprir o compromisso com a população paranaense, que espera um melhor atendimento nessas áreas prioritárias”, disse ele.
Para o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o empréstimo é uma boa opção para garantir o crescimento do Paraná num período de crises internacionais e nacionais. “O veto prejudica efetivamente o investimento do Paraná. Nós acreditamos que haverá sensibilidade para que a proposta seja revista e o Paraná seja contemplado com esse empréstimo”, disse.
O ex-governador do Paraná João Elísio Ferraz de Campos disse que o senador Requião está equivocado e criticou a forma política como ele atuou na avaliação do empréstimo. “O Paraná é um dos estados que menos recebem do governo federal. Quando conseguimos um recurso como esse, do Banco Mundial, não podemos perder, pois é muito favorável para dar continuidade às obras que o Paraná precisa”, avaliou.
O empresário Edson Ramon, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), defendeu uma distribuição mais igualitária dos recursos repassados pela União. “Queremos que o Paraná receba mais pelo muito que dá. O Estado é desprestigiado no cenário nacional com a perda desse importante empréstimo”, disse. “Um absurdo a suspensão desse dinheiro, já que corremos risco de atrasar a entrada desses recursos só para 2014 com tantas necessidades no Estado. Há uma falta de paranismo”, concluiu.
Outro empresário que defendeu a aprovação dos novos recursos foi Darci Piana, presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio). Ele classificou o veto do Senado como lamentável e disse que a medida prejudica os interesses do povo paranaense. “Mais uma vez deixam o Estado à margem das decisões maiores que resolvem os problemas do Paraná. Esperamos uma mudança dessa decisão”, afirmou o empresário.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni, classificou a atitude do senador como traição para o povo paranaense. “Com essa atitude, ele presta um desserviço ao Paraná”, disse. Ele lembrou que no mesmo dia, que foi barrado o empréstimo do Paraná, o Senado Federal aprovou recursos para diversos estados. “Um senador que atende outros estados e prejudica o Paraná numa área tão importante não merece o respeito da população”, afirmou.
O jornalista e escritor paranaenses Aroldo Murá acredita que a influência política se sobrepôs aos interesses da população. “A retirada do pedido de empréstimo do Paraná mostra a tradição de vingança do senador. O pior de tudo é que ele nos coloca agora em condições de endossar repúdio amplo para esse tipo de política que ele representa”, afirmou Murá.
De acordo com o presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet, a empresa defende a liberação do empréstimo para o crescimento do Paraná. “Eu como empresário reconheço que quanto mais investimento tiver no Paraná mais facilita nossas operações”, avaliou.
APLICAÇÃO – O governador Beto Richa explicou que os recursos serão utilizados em projetos nas áreas de educação, para melhoria da infraestrutura de ensino no Estado, na saúde, para ampliar o programa Mãe Paranaense, que oferece atenção à gestante e seus filhos, e reforçar a rede de urgências e emergências médicas. “São valores importantes para colocar em prática vários programas que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população paranaense”, avaliou.
Além disso, o recurso vai contribuir para o desenvolvimento rural sustentável, através do programa Pró-Rural, criado para reduzir desigualdades ainda existentes entre as regiões do Estado. Outra parte dos recursos será destinada para a área ambiental e para aparelhar o os organismos do Estado que atuam para minimizar os riscos de desastres naturais.
Fonte: AEN/PR