Nossa história em centrais sindicais vem de longa data. Estive na fundação da Força Sindical, onde fui secretário nacional de políticas agrárias. Nossa categoria ainda no principio de organização já sediava o primeiro congresso estadual de fundação da FSDS Frente Social Democrata de Sindicatos, depois passou a ser apenas SDS Social Democracia Sindical e hoje a UGT União Geral de Trabalhadores. Depois tivemos a experiência com a CGTB Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, onde estivemos por um bom tempo e que nessa oportunidade quero esclarecer de forma didática, ética e sindical nosso posicionamento.
A CGTB é central sindical em que estávamos albergados até o dia 1 de julho e que fizemos todo o esforço para que a mesma fosse viabilizada no atingimento do coeficiente mínimo exigido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Fizemos amizades consistentes com vários companheiros de luta dentro da CGTB. Enquanto os embates estiveram pautados naquilo que unia a todos em defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e do fortalecimento do sindicalismo brasileiro estivemos juntos. Quando as divergências saíram desta esteira e passaram a figurar em situações pessoais, de caráter político partidário, de conflitos de ordem estrelistas e difusas daquilo que se propunha a entidade, entendi que era hora de tentar trazer os companheiros a discussão amadurecida, de que a CGTB deveria ser maior que isso. Que a divisão levaria ao enfraquecimento da luta. Falei com ambas as partes nesse sentido de re-unir novamente a central, mas senti que minha intervenção tinha sido inócua e que o confronto estava estabelecido.
Meus preclaros amigos, cooperários e centralistas não me restava outra opção senão a de convocar os dirigentes sindicais da categoria a nível nacional para debater internamente nossa posição de forma democrática como sempre fizemos. E, no dia primeiro de julho estivemos reunidos na sede da Fenatracoop em Brasília com representantes de todas as regiões do Brasil e definimos que os sindicatos ficam liberados para: a) manterem-se filiados a CGTB; b) desfiliarem-se da CGTB; c) ingressar em outra central. Desta forma ficou evidenciado que a maioria dos sindicatos filiados preferiu desfiliar da CGTB e por isso é que tomamos essa decisão embasados no principio da democracia, da não participação de conflitos que só diminuem a luta dos trabalhadores e que a central deve ter como prioridade aquilo que agrega e que é de primeira importância para os sindicatos filiados na defesa dos direitos dos trabalhadores, do fortalecimento dos sindicatos e de ações fortes no congresso nacional para que acabe com a ingerência do MPT nas relações sindicais entre outras ações que envolve diretamente o trabalhador como cidadão e o sindicato como instrumento de luta.
Dessa forma nos retiramos desse embate antes que ele produza ainda mais efeitos desastrosos para os trabalhadores. Lamento profundamente a falta de convergência de ambas as partes. Mas suplico que mesmo sem os cooperarios na CGTB que seja qual for a decisão que for tomada no Congresso que as decisões vislumbrem sempre o trabalhismo que a mesma tenha sucesso e que seja mais um braço nessa luta constante de organização, mobilização e luta.
Que caminho seguiremos?
Com relação ao novo posicionamento da Fenatracoop a nível de central, recebemos o convite da UGT para participarmos do congresso nacional como convidados e vamos conversar sobre nossa possível filiação, assim como tivemos convites de outras centrais para nosso ingresso, vamos definir em breve nossa filiação com o aval dos sindicatos filiados.
Um fraterno e cordial abraço de
Mauri Viana Pereira
Companheiros de CGTB, lamento, mas a situação estabelecida com as sucessivas agressões morais e até física que se apresentam não me permite que nosso sindicato permaneça filiado onde esse clima está sendo cultivado.
Todos sabem que quando assumimos compromissos eles são cumpridos. Carregamos a bandeira da CGTB até onde o que nos norteava era a lucidez, a sensatez com relação ao bom sindicalismo. Agora vejo embaçada essas lutas pela fumaça da disputa, de ofensas pessoais e o que mais temo, mas não acredito é que os dois lados tenham razão. Porque se isso se confirmar terei sido enganado por todo esse tempo que estivemos juntos comungando de propostas e lutas em favor do trabalhismo brasileiro.
Evidente que antes dessa ruptura estivemos conversando com todos os sindicatos da categoria a nível nacional, capitaneados pelo nosso presidente da Fenatracoop Mauri Viana Pareira, em que o mesmo se mostrou entristecido assim como os demais pares, que me incluo pela retirada de nossa entidade na CGTB.
Mais uma vez lamento que forças estranhas ao bom sindicalismo tenha provocado esse racha nesta importante entidade, mas de saída só nos resta desejar as partes que tenham maturidade suficiente para exercitarem o dialogo e que o futuro, independente de qual lado que vença a eleição seja suficientemente capaz de fortalecer o trabalhismo brasileiro. Deixo amigos de ambas as correntes na CGTB, espero que entendam nossa posição. E mais uma vez desejo sucesso a CGTB!
É hora de voltar pra casa…
Ainda muito jovem presenciei a criação da hoje UGT, nos idos dos anos 90, quando foi realizado o primeiro congresso de fundação da FSDS no auditório a UEL em Londrina, quis o destino que a gente se separasse da central e parece que agora quer que retornemos, vamos ao congresso como convidados e definiremos em breve nossa posição, mas o que tudo indica é hora de voltar pra casa.
Clair Spanhol
Presidente do Sintrascoop
Presidente da Fetracoop
Presidente da Fenatracoop