O número total de clientes do setor de telecomunicação cresceu 853% em 13 anos, desde que o segmento foi privatizado no País. Se em 1998 havia 30 milhões de clientes, os últimos dados, colhidos em julho deste ano, mostraram que o setor já tem 286 milhões de usuários.
De acordo com um levantamento divulgado pela Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) os números levam em conta os serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura.
Setores
Entre os segmentos, a evolução mais intensa se deu na telefonia móvel, que cresceu 2.836% no período. Há 13 anos, havia 7,4 milhões de celulares em operação e atualmente já são 217,3 milhões.
Já o acesso ao serviço de telefonia fixa mais que dobrou, passando de 20 milhões, em 1998, para 42 milhões agora, representando uma expansão de 110%. O setor de TV por assinatura, por sua vez, cresceu 319%, evoluindo de 2,6 milhões para 10,9 milhões neste período.
Em relação ao serviço de banda larga, é possível observar um volume de 43,7 milhões de acessos. Desse total, 15,8 milhões são em conexões pela rede fixa e 27,9 milhões são em banda larga móvel, incluindo os modems de acesso à internet e celulares de terceira geração (3G).
Durante os seis primeiros meses de 2011, 8,5 milhões de novas conexões foram colocadas em operação, o que significa que a cada dois segundos um novo cliente passou a ter acesso à internet em alta velocidade. Os serviços de internet rápida já chegam gratuitamente a 58,8 mil escolas urbanas pelas redes das prestadoras, refletindo o projeto de inclusão social conhecido como Programa Banda Larga nas Escolas.
Investimentos em infraestrutura
O que permitiu o bom desempenho do setor de telecomunicações foram, principalmente, os investimentos em modernização, expansão e ampliação da capacidade das redes. De acordo com a Telebrasil, R$ 235 bilhões foram injetados no setor, incluindo os valores pagos na aquisição de outorgas.
Durante os 13 últimos anos, a arrecadação pública foi amplamente beneficiada pelo setor de telecomunicações. A ampliação da base e o incremento da carga tributária sobre os serviços nesse período resultaram em aumento de 420% no volume de impostos arrecadados, que saltou de R$ 8 bilhões em 1998 para R$ 41,6 bilhões em 2010.
Pesados tributos
Os cidadãos pagaram cerca de R$ 323 bilhões em tributos referentes aos serviços de telefonia fixa e móvel. Esse montante não leva em conta o imposto pago sobre a atividade econômica das prestadoras.
O ICMS foi o principal custo para as pessoas, pois, do montante total arrecadado no ano passado sobre os serviços de telefonia, R$ 28,3 bilhões foram de ICMS, o que corresponde a 11% de toda a arrecadação de impostos dos governos estaduais.
Além dos tributos, também são recolhidos sobre os serviços taxas que compõem os fundos setoriais, sendo eles o Fust (Fundo Universalização dos Serviços de Telecomunicações), o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) e o Funttel (Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações). Juntos, repassaram R$ 48,6 bilhões. Desse total, apenas 5,4% foram aplicados pelo governo, o que corresponde a R$ 2,6 bilhões.
Cobertura da telefonia
A cobertura dos serviços também melhorou entre 1998 e 2009. Segundo dados da Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 84,3% dos domicílios brasileiros tinham acesso aos serviços telefônicos fixos ou móveis, contra 32%, em 1998.
A telefonia fixa atualmente está em 38,5 mil localidades com pelo menos 100 habitantes. No fim do primeiro trimestre de 2011, quase toda (99,6%) a população brasileira morava em áreas atendidas pela telefonia celular e a maioria (79%) tinha a opção de escolher entre quatro ou cinco operadoras.
Na banda larga, as redes fixas para acesso rápido à internet já chegam a todos os municípios brasileiros e a infraestrutura de terceira geração da telefonia celular está em 1.469 cidades.
Fonte: InfoMoney