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O dólar à vista emendou na sessão desta terça-feira, 5, o quarto pregão seguido de valorização e fechou em alta de 1,19%, cotado a R$ 5,3893. Na máxima, registrada pela manhã, a moeda chegou a furar o teto de R$ 5,40 ao correr até R$ 5,4040. Em apenas três pregões de julho, o dólar já acumula avanço de 2,95%, após ter subido 10,15% em junho. As perdas no ano são agora de apenas 3,35%.
Ao desconforto com o quadro fiscal doméstico, em meio à tramitação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados, somou-se hoje uma onda de aversão ao risco vinda do exterior. Dados fracos da economia europeia e relatos de novos lockdowns na China avivaram temores de recessão global. Investidores correram para se abrigar no dólar e nos títulos do Tesouro americano, cujas taxas recuaram em bloco. O retorno da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, caiu para a casa de 2,82% e chegou em alguns momentos a ficar abaixo do da taxa do título de 2 anos – movimento visto pelo mercado como sinal de recessão. O petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, fechou em queda de 9,45%, a US$ 102,77.
O índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – superou nas máximas os 106,000 pontos, no maior patamar em 20 anos, com alta de mais de 1,5% da moeda americana frente ao euro. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities afundaram. O real, que costuma apresentar perdas mais expressivas entre seus pares em episódios de aversão ao risco, desta vez não ficou na rabeira. Peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano sofreram mais. O rublo russo amargou queda superior a dois dígitos.
“É claro que o ambiente doméstico também pesa com a questão fiscal. Mas o movimento hoje foi majoritariamente global. As moedas emergentes de forma geral se desvalorizam com o risco de recessão nas maiores economias do mundo”, afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, até subiu, já que fechou antes que o temor de recessão se instalasse nas mesas de operação. As demais commodities metálicas e as agrícolas derreteram. Dados positivos do setor de serviços na China em junho, embora não abranjam o efeito de novos lockdowns, e possível redução de tarifas dos EUA sobre importações chinesas deram alento ao mercado asiático e até sugeriam um ambiente de apetite ao risco.
Por ora, o mercado ainda mantém a aposta majoritária de que o BC americano anuncie neste mês mais uma elevação da taxa básica em 75 pontos-base e que os Fed Funds encerrem o ano acima de 3%. Já esquentam, contudo, as apostas em um corte de juros nos EUA mais cedo em 2023.
“A elevação dos juros americanos é inevitável. O Fed deve manter o tom duro, o que aumenta a possibilidade de recessão nos Estados Unidos”, afirma André Rolha, ressaltando que esse conjunto de fatores se traduz em busca global pela moeda americana. “Mas o real também está sendo muito castigado por essa postura populista de aumentar gastos antes da eleição. Houve até um alívio com o sinal de que o texto da PEC dos Benefícios pode não ser alterado na Câmara, mas o ambiente ainda é de desconfiança”.
O Broadcast Político informou à tarde que o relator da PEC dos Benefícios ou PEC Kamikaze (antes chamada de PEC dos Combustíveis), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), cedeu à pressão do governo e desistiu de alterar o texto. Forte queria inclusão de auxílio-gasolina para motoristas de aplicativos e retirada do decretação de estado de emergência. Eventuais modificação teriam que fazer a proposta voltar ao Senado. Havia também a possibilidade de os gastos extra teto, previsto em R$ 41,25 bilhões na versão original, subissem para a casa dos R$ 50 bilhões.
“O movimento de apreciação do dólar contra o real não deve ser interrompido tão cedo. A perspectiva de piora da trajetória da dívida líquida do governo, em parte reflexo da aprovação de projetos que ampliam o risco fiscal, pressiona o dólar para cima”, afirma, em nota, a economista do C6 Bank Claudia Moreno, acrescentando que a depreciação da moeda brasileira só não é mais forte por conta de fatores como a taxa Selic elevada.
Para os estrategistas do BGT Pactual, o risco fiscal e o processo de alta de juros nos EUA devem manter o real enfraquecido, mesmo após o tombo expressivo em junho. “A elevação do risco fiscal segue nos deixando menos construtivos para o real no curto prazo, que ainda deve seguir negociando consistentemente acima de R$ 5,00 nos próximos meses”, afirmam os estrategistas, em relatório. “Mantemos nossa projeção para o final de 2022 para R$ 4,80, mas visualizamos um cenário pessimista em taxa mais elevada devido ao aperto das condições financeiras nos mercados globais mais rápido que o esperado”.
Bolsa
A aversão a risco desde o exterior – com fracas leituras finais sobre índices de atividade na Alemanha e na zona do euro em junho, que contribuíram para reforçar temores quanto a uma recessão global – lançou os ativos em nova espiral de perdas, com destaque para o petróleo Brent, em queda de 9,45% durante a sessão, e para as bolsas do velho continente, em recuo de quase 3% no
fechamento (Frankfurt). Em Wall Street, Dow Jones e S&P 500 cediam mais de 1%, enquanto o Nasdaq mostrou descolamento (+1,75%) até o encerramento.
Ao final, os outros dois índices de Nova York moderaram muito o ajuste (Dow Jones -0,42%), com o S&P 500 revertendo ao positivo (+0,16%). E, na B3, onde os investidores já vinham lidando com as preocupações em torno da ‘PEC Kamikaze’, o Ibovespa cedeu apenas 0,32%, aos 98.294,64 pontos, quando parecia, em boa parte da sessão, a caminho do que seria o menor fechamento do ano, abaixo dos 98 mil pontos, permanecendo em níveis do começo de novembro de 2020.
Com a retomada dos negócios em Nova York após o feriado da Independência americana, o giro financeiro foi a R$ 26,5 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa cede 0,67%; no mês, 0,25%, e no ano, 6,23%.
Se o petróleo havia ajudado a descolar Petrobras de outras blue chips nas duas sessões anteriores, hoje a queda livre da commodity colocou a petrolífera (ON -4,27%, PN -3,81%) e o setor na ponta negativa do Ibovespa, tendo 3R Petroleum (-7,44%) e PetroRio (-7,11%) logo à frente. Algumas ações, especialmente as muito descontadas no ano, como Magazine Luiza (+11,74%), acabaram sendo uma válvula de escape para o dia na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque também para Via (+11,48%), Americanas ON (+9,73%) e Petz (+8,65%). Assim como para Petrobras, o dia foi majoritariamente negativo para empresas e setores de maior liquidez, como Vale (ON -0,50%) e siderúrgicas (CSN ON -1,81%), enquanto os grandes bancos conseguiram oscilar para ganhos em direção ao fechamento, à exceção de BB ON (-0,54%).
“Hoje, mais cedo, a curva de juros americana (taxas de 2 e 10 anos) chegou a inverter e isso geralmente é associado com recessões econômicas anteriores nos Estados Unidos”, observa Jennie Li, estrategista de ações da XP. Lá fora, a queda dos yields dos Treasuries, por outro lado, beneficia “as empresas de alto crescimento que sofreram bastante nos últimos tempos por conta do aumento de juros”, acrescenta a estrategista. “Então, estamos vendo um movimento de recuperação e certo alívio em empresas como Magalu, aqui no Brasil.”
Fonte: Estadão – Por: Antonio Perez e Luís Eduardo Leal ás 19:50
Objetivo é acelerar pagamento de benefícios previstos na proposta
O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1, que prevê pagamento de benefícios sociais até o fim do ano, desistiu de fazer alterações no texto. Segundo o deputado, a ideia é acelerar a promulgação da proposta do Palácio do Planalto e, consequentemente, os pagamentos dos benefícios.
“Diante das dificuldades e do estado de comoção social que estamos vivendo na questão da necessidade dos auxílios, o mais prudente é agilizar a votação”, disse Forte, em declaração publicada pela Agência Câmara. Caso o texto fosse aprovado com alterações na Câmara dos Deputados, teria que voltar ao Senado para nova análise.
Mais tarde, o relator falou novamente com jornalistas e reiterou sua intenção. “Vou manter exatamente [o texto do Senado] devido à urgência na votação”. Ele acrescentou que estudou a possibilidade de incluir motoristas de aplicativo entre os beneficiados pela PEC, mas, devido à dificuldade de mapear esses profissionais e quantos seriam a mais para atender, mudou de ideia.
Atualmente, a proposta está na comissão especial, junto com a PEC 15, a chamada de PEC dos Biocombustíveis. À PEC 15 foi apensada a PEC 1, uma estratégia para acelerar a ida ao plenário da proposta relatada por Forte, uma vez que a PEC 15 já está tramitando na comissão especial.
A ideia de Forte é fazer a leitura do relatório na comissão especial ainda hoje, fazer o debate e votar nesta semana para poder levar a PEC ao plenário já na próxima semana.
“Vamos fazer a última audiência pública, vamos ler o relatório [na comissão especial] hoje e vamos fazer o debate. Estenderemos até quinta-feira, ou sexta, para concluir a votação. Vou cumprir minha tarefa, que é garantir o pagamento dos benefícios”, acrescentou o deputado, que considera possível apreciar a PEC no plenário da Câmara na semana que vem.
Proposta
A PEC traz um pacote de medidas para diminuir os impactos gerados pela alta dos combustíveis e aumentar o valor de benefícios sociais.
Inicialmente, o núcleo da proposta era compensar os estados e o Distrito Federal pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel, mas se transformou em uma proposta de emenda à Constituição para aumentar para R$ 600 o pagamento do Auxílio Brasil até o fim do ano e pagar uma espécie de vale combustível para caminhoneiros e taxistas.
A proposta também traz a possibilidade de decretação de estado de emergência, dispositivo que foi inserido no texto para o governo não correr risco de cometer crime eleitoral ao repassar benefícios assistenciais neste ano. A criação de tais benefícios é proibida em ano eleitoral. A única exceção é justamente durante a vigência de estado de emergência.
Publicado em 05/07/2022 – 18:00 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Paciente testou positivo para linhagens BA.1.1 e BA.2 em menos de um mês
Um boletim da Rede Corona-ômica.BR-MCTI, que promove a vigilância genômica das variantes da Covid-19 no Brasil, publicado em 5 de julho, apontou um caso de reinfecção pela doença por meio de diferentes linhagens em menos de um mês. Um paciente de 52 anos, residente em Canoas (RS), foi detectado com a linhagem BA.1.1 em uma coleta feita em 23 de maio, e reinfectado com a linhagem BA.2 em uma amostra de 8 de junho.
O material foi analisado pela Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale. O relatório da Rede Corona-Ômica.BR-MCTI relata que um estudo recente, realizado na Dinamarca, mostrou que a BA.2 tem capacidade de reinfectar em um curto intervalo, entre 20 a 60 dias, após infecções iniciais.
O estudo promoveu o sequenciamento genômico de 84 amostras de SARS-CoV-2, coletadas entre outubro de 2021 e junho de 2022, em moradores seis municípios do Rio Grande do Sul e em viajantes que cruzaram a fronteira entre o Brasil e a Argentina.
Os dados demonstram que a variante Ômicron, composta pelas subvariantes 21K (BA.1), 21L (BA.2), 22A (BA.4), 22B (BA.5) e 22C (BA.2.12.1), é predominante no país desde janeiro de 2022. Os dados recentes destacam a substituição da linhagem BA.1 pela BA.2 e um aumento na detecção da linhagem BA.5 e recombinantes entre os meses de maio e junho. O relatório aponta que as linhagens BA.4 e BA.5 já são as predominantes nos Estados Unidos.
O boletim conclui que as mudanças no padrão de linhagens salientam a importância da constante investigação genômica do coronavírus. Os dados foram disponibilizados em bases de dados nacionais e internacionais.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações 05/07/2022 17h24
O objetivo é proteger a população contra doença meningocócica do sorogrupo C e ampliar as coberturas vacinais
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a ampliação dos públicos aptos a receber a vacina meningocócica C (Conjugada). A partir de agora, trabalhadores da saúde e crianças até 10 anos podem se vacinar. A extensão do público-alvo vai até fevereiro de 2023 e tem o objetivo de proteger a população contra doença meningocócica do sorogrupo C, ampliar as coberturas vacinais e evitar a circulação da doença no país.
O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo indicadas duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade e um reforço preferencialmente aos 12 meses de idade. Segundo a nova orientação do Ministério da Saúde, se a criança de até 10 anos não tiver se vacinado, deve tomar uma dose da meningocócica C. Já os trabalhadores de saúde, mesmo com o esquema vacinal completo, podem se vacinar com mais uma dose.
Apesar de a faixa etária em maior risco de adoecimento ser a de crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.
“Uma das principais medidas para a prevenção e controle da doença meningocócica do sorogrupo C, é a manutenção de elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes. A adoção dessa estratégia tem como objetivo aumentar a proteção contra a doença causada por esse sorogrupo, evitando a ocorrência de surtos, hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Adriana Lucena.
Para essa estratégia, consideram-se todos os trabalhadores da saúde dos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade. Têm direito a receber o imunizante trabalhadores da Saúde que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais. Assim, compreende tanto os profissionais da saúde – como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares – quanto os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias e outros. Ou seja, aqueles que trabalham nos serviços de saúde, mas que não estão prestando serviços diretos de assistência à saúde das pessoas. Incluem-se, ainda, aqueles profissionais que atuam em cuidados domiciliares como os cuidadores de idosos, doulas e parteiras. A vacina também será ofertada aos estudantes da área da saúde que estiverem prestando atendimento na assistência dos serviços de saúde.
Os serviços de saúde devem se atentar às recomendações quanto aos registros das doses. Da mesma forma que ocorre o registro de outras vacinas, o estabelecimento deverá garantir a identificação pelo CPF ou Cartão Nacional de Saúde (CNS); identificar o lote da vacina; registrar as aplicações no e-SUS APS ou, caso o imunizante não seja aplicado na Atenção Primária, o registro deve ser feito no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).
Além da vacina meningocócica C, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina ACWY, destinada a adolescentes de 11 e 12 anos de idade.
Ministério da Saúde 05/07/2022 15h21
Consumidor reduz compra no mercado
Valor de cesta de 120 itens avançou 13,1% no primeiro trimestre de 2022, enquanto a quantidade de produtos no carrinho recuou 5%. Consumidor pesquisa mais, corta supérfluos e compra menos produtos. Redução de quantidade, mudança de marcas, pesquisa de ofertas e suspensão da compra de algum produto são as principais estratégias citadas por consumidor para lidar com o impacto da inflação no orçamento (Valor)
Maioria de apurações federais de assédio termina impune
Dois terços dos processos em órgãos da União ficam sem penalidade, aponta CGU.De 2008 até junho de 2022, foram instaurados 905 processos, dos quais 633 já foram concluídos. Destes finalizados, 432 não resultaram em sanção. Os demais geraram advertência (41), suspensão (90) ou demissão (95) do agressor. A soma de penalidades, incluindo sua ausência, é maior que o total de casos registrados porque em alguns deles havia mais de um agente público envolvido. Os dados não incluem empresas públicas. (Folha)
Prefeitos vão a Brasília contra ‘PEC Kamikaze’ e perda de receita local
Mil governantes municipais se inscrevem para informar Congresso sobre impacto de gasto extra. Mobilizados pela Confederação nacional de Municípios, prefeitos de todo o País protestarão hoje em Brasília contra medidas–aprovadas pelo Congresso, pelogo verno epelo STF–responsáveis por elevar gastos e reduzir receitas municipais. A três meses das eleições, a CNM – que registrou mil inscrições de governantes para ir à capital federal – afirma que a
“pauta grave dos três Poderes” já provocou custo de R$ 73 bilhões por ano. Com outras medidas ainda em estudo, como a chamada “PEC Kamikaze”, a CNM estima que o encargo global pode chegar a R$ 250,6 bilhões. Apesar do desgaste com os prefeitos, os deputados e os senadores seguem aprovando as medidas, entre elas, o projeto que fixou um teto entre 17% e 18% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte urbano e telecomunicações. O impacto dessa medida é de R$ 22,06 bilhões. Para as despesas, o potencial de aumento é de até R$ 176,8 bilhões por ano, dos quais R$ 41,9 bilhões já aprovados. As pautas de redução de arrecadação têm impacto estimado pela CNM de R$ 51,6 bilhões por ano, sendo R$ 31,2 bilhões de medidas já aprovadas. (Estado)
Relator de PEC dos gastos quer incluir motoristas de aplicativo
Se houver mudança, texto terá de voltar ao Senado; expectativa é que comissão vote relatório amanhã. Se o relatório com mudanças for acatado em comissão especial na Câmara, a proposta de emenda à Constituição precisará voltar ao Senado após aprovada em plenário. As alterações se opõem à intenção inicial de acelerar a tramitação do texto na Casa, votando-o sem modificações. Se aprovada, a PEC será levada ao plenário, onde precisa do apoio de no mínimo 308 parlamentares em votação em dois turnos.As alterações estudadas por Forte podem atrasar a promulgação do texto, atrapalhando os planos da Câmara de acelerar a tramitação. Na sexta-feira (1º), o texto foi apensado à PEC de biocombustíveis, que já tinha tido a admissibilidade aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), justamente para agilizar o processo.Segundo o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o objetivo era que os dois textos fossem votados sem mudanças em relação ao que foi aprovado no Senado, o que evitaria que retornassem à Casa vizinha.(Folha)
Preço no campo gera inflação recorde e não vai dar trégua ao consumidor.A inflação dos alimentos, ao subir 11,7% no primeiro semestre, atingiu a maior taxa para o período nos últimos 28 anos, segundo dados divulgados pela (Fipe). (Folha)
O Estado de S. Paulo
- Manchete: Prefeitos vão a Brasília contra ‘PEC Kamikaze’ e perda de receita local
- ‘Tem de ter vale-Uber; é como vale-táxi’
- Economia tenta barrar inclusão de novos benefícios
- Associação quer ajuda para motoristas de aplicativo
- Após 27 meses, oferta de voos no País supera pré-pandemia, diz Anac
- Começa a corrida das gigantes pelo domínio do 5G
- Andrade nega ‘missão’ de trocar toda a diretoria
- Ao assumir Caixa, Daniella Marques demite consultores da presidência
- Governos liberam 4ª dose atendimento bancário para menores de 40 anos
O Globo
- Manchete: Governo atua para evitar novas mudanças e acelerar PEC
- Mulher de Guimarães recebe apoio de Michelle Bolsonaro
- Nova presidente da Caixa afasta funcionários de gabinete de Guimarães
- Insper cria curso sobre agronegócio para jornalistas
- Antigo Comperj tem nova alta de custos e 2 mil demissões
- PGR quer que STF ouça ex-presidente da Petrobras
- Rede 5G pura chega a Brasília amanhã, cobrindo 80% da capital federal
- Mercado começa a prever inflação maior em 2023
- Mais de mil prefeitos vão a Brasília contra perda de R$ 250 bi
- MP junto ao TCU pede investigação sobre proposta
Folha de S. Paulo
- Manchete: Maioria de apurações federais de assédio termina impune
- Relator quer incluir motorista de app e rever estado de emergência em PEC
- Justiça de São Paulo determina bloqueio de R$ 450 mi de plataforma de criptomoedas
- Petróleo pode ir a US$ 380 se Rússia reduzir Produção, diz Banco
- PGR quer ouvir ex-chefe da Petrobras sobre suposta interferência de Bolsonaro
- MPT inspeciona sede da Caixa e pede explicações sobre acusações
- Chuvas deixam sete mortos e um desaparecido no Nordeste
Valor Econômico
Troca em ministério eleva incertezas na Argentina
Ida de Silvina Batakis para o Ministério da Economia é mal recebida e dólar paralelo dispara
Governo quer acelerar a ‘PEC das Bondades’
Para contornar a lei eleitoral, que veda a criação de benefícios este ano, a PEC aprovada pelo Senado alega que há um “estado de emergência” por causa da alta dos combustíveis
Insegurança jurídica na recuperação
Reforma da Lei de Falências desorganizou a jurisprudência dos tribunais sobre o que deve ser exigido das empresas que têm dívidas tributárias
Como mitigar o risco de desequilíbrios contratuais
A elevação do preço da energia foi importante gatilho para o espalhamento das pressões inflacionárias até o fim da vigência da bandeira de escassez hídrica em abril de 2022
Procurador pede investigação sobre acúmulo de cargos por Guimarães
Ex-presidente da Caixa acumulou 21 cargos em conselhos de administração de empresas ligadas ao banco público
MPT recebe 300 denúncias de assédio
Desde 2018, 2.010 casos de assédio sexual foram relatados ao Ministério Público do Trabalho
Kirchnerismo assume economia e incerteza cresce na Argentina
Troca de ministros foi mal recebida e fez o dólar subir cerca de 9% ontem no câmbio paralelo e a escolha de Batakis aprofunda as incertezas sobre o país
Potencial de contágio no Brasil é pequeno
Economistas ouvidos pelo Valor destacam que a participação da Argentina no comércio exterior do Brasil hoje é bem menor e que os investidores estrangeiros fazem a diferenciação entre os dois países
Inflação na Turquia já chega perto de 80%
Mas para economistas independentes do Inflation Research Group, a taxa de inflação anual real da Turquia é muito maior e teria alcançado 175,55% em junho
Incerteza econômica põe em dúvida melhora do emprego
O rendimento do trabalho, que está 7,2% menor do que era em 2021, também põe em xeque a firmeza do mercado
Brasileiro compra menos no mercado e troca almoço por lanche
Cesta de 120 produtos fica 13% mais cara, enquanto a quantidade de itens no carrinho encolhe 5%
Produtor e importador de fios têxteis travam queda de braço
Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) abriu investigação sobre as importações de fio texturizado de poliéster provenientes da China e da Índia
Presidente da GM diz que Brasil pode produzir elétricos
Santiago Chamorro, CEO na América do Sul, rejeita ideia do carro híbrido e diz que a vez do Brasil chegará quando custo cair
Gasto de energia é ponto de atenção nas redes 5G
Tráfego mais intenso de dados e aumento do número de conexões exigem mais antenas com estrutura robusta
Em MT, integrados questionam critérios de empréstimos do BB
Decisão da Justiça no caso pode ter impacto sobre a concessão de crédito a agroindústrias no país
Captação de leite segue em queda; preços sobem
No ano, captação de matéria-prima acumula baixa de 8,2%, segundo o Cepea
PEC prejudica processo de desinflação, diz Credit
Para Solange Srour, proposta pode dar “fôlego adicional à economia”, mas mostra que país está “mais uma vez destruindo a regra fiscal e piorando seu arcabouço institucional”




Análise é referente ao período de 19 a 25 de junho
O Boletim Infogripe, divulgado hoje (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta a retomada do crescimento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) no país, sendo a maior parte deles, 77,6%, positivos para Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19. O boletim desta semana mostra que a possível interrupção do crescimento sinalizada na última edição não se manteve
A análise é referente ao período de 19 a 25 de junho. Nesse período houve crescimento tanto na tendência de longo prazo, considerados os casos das últimas seis semanas, quanto na tendência de curto prazo, consideradas as últimas três semanas.
Segundo o Infogripe, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 77,6% para Sars-CoV-2 (covid-19). Entre as mortes registradas no período, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 94,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Entre os bebês e crianças de 0 a 4 anos de idade, o boletim mostra que os casos de covid-19 se aproximam dos de VSR. Esses dois vírus corresponderam a 36% e 39%, respectivamente.
Os dados mostram que 16 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Nos estados das regiões Sudeste e Sul há indícios de possível interrupção na tendência de crescimento nas últimas semanas, que devem ser reavaliados nas próximas atualizações para confirmação.
Apesar do crescimento dos casos de SRAG no país, o boletim mostra que entre a população adulta observa-se sinal de desaceleração, especialmente nas faixas etárias a partir de 50 anos. Nas crianças e adolescentes observa-se manutenção sinal de queda entre os grupos de 0 a 4 e 5 a 11 anos.
Em 2022, de acordo com o boletim, foram notificados 175.110 casos de SRAG, sendo 86.005 (49,1%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 65.440 (37,4%) negativos, e ao menos 14.317 (8,2%) aguardando resultado laboratorial.
Este ano, referente aos casos de SRAG, foram registradas 28.812 mortes, sendo 21.957 (76,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.442 (18,9%) negativos, e ao menos 597 (2,1%) aguardando resultado laboratorial.
Publicado em 04/07/2022 – 17:20 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Brasileiro reduz padrão de consumo até de itens essenciais para driblar a alta do custo de vida.
Mais de 90% dos brasileiros tiveram de alterar o comportamento de consumo para se adequar à escalada da inflação. Pesquisa do Departamento de Estatística da Euroconsumers em parceria com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) mostra que 91% das pessoas revelaram ter mudado a forma como gastam com moradia, energia, água e alimentação desde o início do ano. Considerando somente a lista de compras do supermercado, 65% passaram a optar por marcas mais baratas e praticamente a metade (49%) diminuiu o consumo de carne, peixe ou frango devido ao preço. Despesas com transporte, lazer e cultura também foram modificadas para mais de 80% dos entrevistados (veja quadro). E nem mesmo gastos com saúde passaram ilesos: mais da metade fizeram cortes.
Enquanto as reduções esperadas nas cotações de combustíveis e nas contas de luz, telefonia e internet devido ao ICMS menor não chegam, fazer e refazer cálculos segue como hábito diário. “A cada dia está mudando mais. A conta de luz triplicou. Diminuí o uso da fritadeira elétrica, do chuveiro, ainda mais no frio”, diz a farmacêutica Júnia de Paula. O economista Mário Marques avalia que reduzir despesas é uma medida correta para lidar com uma situação de crise, mas é preciso ter critério. “Uma coisa é deixar de tomar uma cerveja no fim de semana, outra é deixar de comer uma proteína. A pessoa deixa de ir à academia, deixa de ir ao psicólogo, cancela o canal de streaming… Ela muda hábitos. São soluções rápidas, que recomendo para que se consiga equilibrar os gastos de forma imediata”, diz.
Aalta dos preços de produtos e serviços tem sido assunto recorrente no Brasil. Basta uma rápida visita a um supermercado ou passar em frente a um posto de combustível para renovar o estoque de temas para debater sobre como está caro viver no país. Pesquisa elaborada pelo Departamento de Estatística da Euroconsumers em parceria com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) dá números a essa realidade ao revelar que mais de 90% dos brasileiros tiveram de alterar o comportamento de consumo para se adequar à realidade de inflação em alta, agravada pela crise provocada pela guerra na Ucrânia.
De acordo com a pesquisa, 91% dos brasileiros revelaram ter mudado a forma como gastam com moradia, energia, água e nutrição desde o início do ano. O padrão de consumo com mobilidade, lazer e cultura também foi modificado para mais de 80% dos entrevistados.
Sinal de que a necessidade de economizar colocou os custos de bens e serviços considerados essenciais na ponta do lápis para uma ampla maioria de brasileiros. Nem mesmo os gastos com saúde ficaram de fora dos cortes, já que mais da metade dos entrevistados, 52%, relataram mudança de comportamento de consumo relacionados a esse aspecto.
Uma ampla gama de alterações no dia a dia determinadas pela alta dos preços virou realidade na rotina da farmacêutica Júnia de Paula. Ela conta que a mudança começou dentro de casa, onde foi preciso vigiar os gastos com eletricidade. “A cada dia está mudando mais. A conta de luz triplicou. Eu vi que teve um aumento bem grande, e tive que economizar. Diminuí o uso da fritadeira elétrica, do chuveiro, ainda mais no frio. Sempre falo com meu filho para tomarmos um banho mais rápido e tirar tudo da tomada. Consegui ter uma redução, mas tive de fazer várias mudanças”, conta.
Júnia, com um filho de 12 anos, conta também que a alta de preços afetou o orçamento desde o material escolar até o lanche que precisa providenciar para ele todos os dias. “Material escolar, lanche, livros tiveram aumento e não foi pouco. As compras vão embolando, e mesmo querendo manter um padrão, não tem como. Supermercado também: se eu gastava R$ 100 numa semana com coisas básicas, hoje vou com R$ 200 reais e não consigo comprar mais. A questão de marca, tive que mudar algumas. Tem que ser o mais em conta, não dá pra ser só pela qualidade. E tudo isso muda nossa qualidade de vida”, diz.
PLANEJAMENTO O economista Mário Marques, coordenador dos cursos de pós-graduação da Skema Business School, avalia que fazer cortes nas despesas é uma medida correta para lidar com um momento de crise. Segundo ele, é preciso planejar para evitar impactos em bens e serviços essenciais. “Uma coisa é deixar de tomar uma cerveja no fim de semana, outra coisa é deixar de comer uma proteína. A pessoa deixa de ir à academia, deixa de ir ao psicólogo, cancela o canal de streaming… Ela muda de hábitos. São soluções rápidas, que recomendo para que se consiga equilibrar os gastos de forma imediata”, explica.
O economista avalia que os resultados apontados pela pesquisa atestam o impacto que a economia global ainda sofre com a pandemia, e que passou a sentir com a invasão da Rússia à Ucrânia. Marques afirma que a inflação nos Estados Unidos, por exemplo, foi maior que a do Brasil em março e em maio, mas a diferença na renda das populações resulta em um impacto maior na vida dos brasileiros.
“O brasileiro sente muito, porque nossa renda é menor do que a americana e a europeia. A gente gasta um percentual alto do que ganha com bens básicos, como alimentação, habitação, despesas necessárias. Elas representam muito mais do salário de um trabalhador brasileiro do que de um norte-americano”, explica. É nesse contexto que a alta de preços traz impacto tão amplo na vida no país. Nas classes mais baixas, a inflação é especialmente cruel, porque representa até uma condição de insegurança alimentar.
Estado de Minas (Brazil)4 Julho de 2022 Por BERNARDO ESTILLAC
Em um semestre, agência recebe 50 pedidos relacionados ao mineral
Aescassez de fertilizantes no mercado provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que triplicasse o número de pedidos de pesquisa e exploração de potássio no Brasil. Levantamento mostra que, de janeiro a junho, a Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão responsável pela concessão de pesquisas e lavras minerais, recebeu 50 solicitações relacionadas à extração de potássio, a maior parte para o Amazonas, ao longo da calha do Rio Madeira. Há pedidos também em outros Estados, como GO, BA, SE, PI e MG. Desde 2013, a média de requisições enviadas à agência foi de 14 registros por ano. A alta de pedidos ocorre no momento em que o Ministério da Agricultura busca alternativas para garantir o abastecimento.
A crise dos fertilizantes deflagrada pela guerra entre Rússia e Ucrânia gerou uma corrida pela extração de potássio no Brasil – processo que tem preocupado municípios em diversas regiões, por causa do impacto ambiental das atividades. Os pedidos para pesquisa e exploração do mineral bateram recorde no primeiro semestre de 2022, superando o que se viu nesse setor na última década.
O Estadão fez um levantamento dessas solicitações registradas pela Agência Nacional de Mineração (ANM). De janeiro a junho, o órgão responsável pela concessão de pesquisas e lavras minerais recebeu 50 pedidos relacionados à extração de potássio, a maior parte deles concentrada no Amazonas, ao longo da calha do Rio Madeira. Há pedidos também em outros Estados, como Goiás, Bahia, Sergipe, Piauí e Minas Gerais.
O número supera com folga os registrados na última década. No ano passado, quando o governo já se preocupava com a oferta de fertilizantes, apenas nove solicitações chegaram à ANM. Desde 2013, a média de requisições enviadas à agência foi de 14 registros por ano. O que se vê apenas no primeiro semestre, portanto, equivale ao triplo do volume médio anual dos últimos dez anos.
NACIONALIZAÇÃO.
A disparada do número de pedidos ocorre no momento em que o Ministério da Agricultura busca alternativas para garantir o abastecimento de fertilizantes.
O Brasil adquire no exterior 85% do volume de produtos aplicado anualmente nas lavouras. A Rússia é uma das principais exportadoras, responsável por 23,3% do fertilizante que chegou ao Brasil em 2021.
Em março, um decreto instituiu o Plano Nacional de Fertilizantes, que inclui ações para reduzir a participação da importação de fertilizantes para cerca de 50%, até 2050. Essa redução inclui, além da exploração nacional de potássio, o uso de adubos orgânicos enriquecidos com minerais, entre outros.
Não será do dia para a noite que a exploração nacional de potássio ajudará a reduzir a dependência externa. Além de exigir investimentos bilionários, o início da produção é complexo e leva anos para se consolidar.
O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), Luís Azevedo, que já atuou com projetos de potássio, afirma que a as jazidas encontradas na Amazônia, onde estão as rochas com maior concentração do minério, estão localizadas em profundidades de 800 metros. “Um furo de sondagem levaria de dois a três meses para ser feito, e tudo isso só para ver se a área tem sinais de viabilidade. São projetos com custo inicial acima de US$ 1 bilhão”, afirma.
Já em áreas em Goiás e Minas Gerais, ele diz, o potássio é encontrado em rochas na superfície, mas com teor do minério inferior. “É uma opção mais barata e rápida. Talvez seja o caminho mais recomendável neste momento”, diz Azevedo.
PROJETOS DE MINERAÇÃO PREOCUPAM CIDADES QUE DEPENDEM DO TURISMO.
Mineração Insumo para a agricultura Moradores e políticos de áreas afetadas temem que exploração de potássio degrade o meio ambiente e prejudique os negócios.
O município de Andradas (MG) recebeu dois pedidos para exploração de potássio. Administração municipal teme impactos ambientais.
A instalação de grandes projetos minerários tem preocupado a população local em diversos municípios. Neste ano, a cidade mineira de Andradas, município de 40 mil habitantes, recebeu dois pedidos para exploração de potássio. Nessa região de Minas Gerais, as rochas com potássio estão na superfície, o que exige aberturas de cavas amplas. A população da cidade, que já é base de exploração de minérios como a bauxita, reagiu e foi para as ruas protestar contra a ampliação da mineração.
Na internet, foi criada uma petição online que soma 4,2 mil assinaturas contrárias às minerações no entorno de áreas de preservação ambiental e visitação turística, como a Serra do Caracol, Serra do Pau D’alho, Pico do Gavião e o Caminho da Fé, a mais conhecida trilha de peregrinação do País, já percorrida por 72 mil pessoas.
Camila Bassi Teixeira, gestora executiva do Caminho da Fé, diz que, apesar de projetos minerários não estarem dentro de áreas já protegidas por tombamento paisagístico, com a Serra do Caracol, não há clareza sobre os pontos específicos que as empresas querem explorar. “O risco é que o Caminho da Fé, por exemplo, perca parte de seu trajeto e tenha que deixar a cidade.”
A prefeita de Andradas, Margot Pioli, divide as preocupações. “Assim como toda a população, estamos bastante preocupados com os impactos ambientais e socioeconômicos que tal prática pode trazer, prejudicando o desenvolvimento da atividade turística, que é um dos focos da nossa gestão, por conta da geração de emprego e renda”, disse à reportagem. A gestão municipal informou que solicitou estudos para mensurar os prováveis impactos ao meio ambiente e que pretende realizar uma audiência pública.
Os pedidos de mineração de potássio na região de Andradas foram apresentados pela empresa Minas Rio Mineração. Questionada pela reportagem sobre seus projetos e impactos, a companhia não quis comentar o assunto.
A Alcoa, que atua há 57 anos na região, não possui projetos para extração de potássio, mas requereu novas áreas para ampliar a produção de bauxita em Andradas. A empresa declarou, por meio de nota, que “não possui nenhum projeto atual ou futuro de mineração nas áreas da Serra do Caracol e do Pau D’alho” e que os territórios de seu interesse “estão a mais de 1,5 quilômetro de distância da área de tombamento” paisagístico da serra.
ESTOQUE EM DIA.
Não é possível prever, neste momento, quando a exploração nacional de potássio deverá ter resultado efetivo, uma vez que isso depende do processo de licenciamento ambiental e do investimento de cada empresa.
Enquanto os projetos de exploração não saem do papel, o receio com a falta do insumo usado na agricultura levou o Brasil a importar mais fertilizantes do que no ano passado. Entre janeiro e maio de 2022, o produtor nacional importou 15,2 milhões de toneladas, 16% a mais do que no mesmo período de 2021. “Os produtores nacionais, num movimento de antecipação de compras, fizeram fortes aquisições”, afirmou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os dados do Ministério da Economia apontam que as importações brasileiras atingiram 4,06 milhões de toneladas em maio, 25% acima do volume do mês anterior e 57% superior ao do mesmo mês em 2021. •
Em Andradas, em Minas Gerais, a população foi às ruas protestar contra a ampliação da mineração
O Estado de S. Paulo. 4 Julho de 2022 Por: ANDRÉ BORGES
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