Normas – Artigos e Deferimentos
Levantamento foi feito pela Fundação Dom Cabral
O risco de ocorrer um acidente em rodovia sob gestão pública é até quatro vezes maior do que em rodovia concedida à iniciativa privada. A conclusão é de estudo divulgado hoje (5) pela Fundação Dom Cabral (FDC), com base em dados de acidentes de trânsito registrados pela Polícia Rodoviária Federal entre os anos de 2018 e 2021.
Durante o período, foram registrados 264.196 acidentes de trânsito em rodovias sob jurisdição federal, sendo que a incidência desses acidentes foi maior nas rodovias que são administradas pelo Poder Público (79,7%) do que nas rodovias concedidas (20,3%). Quando se considera a gravidade dos acidentes, a taxa de severidade nas rodovias sob gestão pública corresponde a 80,4%, enquanto nas vias concedidas é de 19,6%.
“Fizemos a divisão [público e privado] porque um dos objetivos do nosso estudo é convencer a gestão pública brasileira e a sociedade de que devemos criar fontes de financiamento para que as nossas rodovias sob gestão pública melhorem”, disse Paulo Resende, professor da fundação e pesquisador responsável pelo estudo. “Precisamos, como brasileiros, abrir uma discussão sobre como criar essas fontes de financiamento”, destacou durante apresentação dos dados a jornalistas.
Para o pesquisador, o que explica o fato das rodovias públicas serem mais perigosas e propensas a acidentes é, inicialmente, a falta de investimento.
“O acidente que mais mata no mundo inteiro é a colisão frontal. E a colisão frontal entre veículos ocorre com altíssima probabilidade em pistas simples, com uma mão que não está fisicamente separada da outra mão. Quando você tem uma concessão, uma das obrigações é de duplicar a pista e aí você reduz os acidentes de colisão frontal, que são os que mais matam”, afirmou.
Mas há também falhas na gestão, apontou Resende. “É preciso arrumar dinheiro e recursos fora do orçamento público que garantam maior nível de investimento para as rodovias sob gestão pública. A outra questão é o mapeamento, a gestão conjunta, a gestão consolidada e integrada entre os entes da federação. Temos que ter intervenções em trechos historicamente conhecidos, por exemplo. Não podemos ficar, como temos o chamado Anel Ferroviário de Belo Horizonte, com um conflito de gestão onde ninguém assume”.
Acidentes
O estudo mostrou ainda que a maior parte (80%) dos acidentes ocorridos nas estradas federais acontecem em apenas 46% da extensão da pista. “Isso significa que nós, historicamente, sabemos onde os acidentes acontecem no Brasil. Não é surpresa para ninguém que esses pontos de acidente se repitam. Cada um de nós, independente do estado onde moramos, sabemos onde os acidentes de maior severidade acontecem”, disse Resende.
Para que a comparação entre diferentes rodovias, com menor ou maior extensão, pudesse ser feita, o estudo trabalhou com taxas de acidentes (que desconsideram o volume do tráfego em uma rodovia) e taxas de severidade (dando peso diferente para a gravidade do acidente). A estratégia busca reduzir a influência do volume de veículos que circulam a cada dia no trecho de ocorrência do acidente, já que rodovias mais movimentadas tendem a apresentar maior número de acidentes. Isso também pretende eliminar a diferença entre a quantidade de rodovias que estão sob administração pública das rodovias já concedidas, que correspondem hoje a cerca de 14% do total.
Maior taxa de acidentes
O estado brasileiro que apresenta a maior taxa de acidente e também a maior taxa de severidade [gravidade] é o Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
Já as rodovias brasileiras que apresentam maior taxa de acidente de trânsito e maior taxa de gravidade das ocorrências são a BR-101, que começa no Rio Grande do Norte e segue até o Rio Grande do Sul, e a BR-116, que vai de Fortaleza ao Rio Grande do Sul.
Segundo o estudo, a severidade das ocorrências é mais intensa nos trechos dessas rodovias que permanecem sob gestão pública. “Nas BRs, não por coincidência, os trechos sob concessão apresentam taxas muito menores de severidade do que a parte sob gestão pública”, disse Resende.
O estudo também demonstra que os trechos de rodovias que se aproximam das cidades são os mais perigosos. “Nossa pesquisa mostra que essas taxas de severidade aumentam muito quando temos um conflito, quando misturamos movimentos urbanos com movimentos de longa distância. Passa a ser mais fatal e mais severo o acidente, quando temos os movimentos de longa distância se aproximando das cidades”, explicou.
“É quando nós temos aquela pessoa que sai de casa para ir a um supermercado e entra em uma rodovia federal. Naquele momento, a pessoa começa a conflitar com, por exemplo, um caminhão que está indo do Sul para o Nordeste do país. São movimentos diferentes, dinâmicas muito diferentes.”
Para os pesquisador da fundação, o estudo demonstra que é necessário que sejam criadas fontes alternativas de financiamento já que o orçamento público não tem condições de investir na infraestrutura das rodovias no mesmo patamar das concessionárias privadas. Ou seja, a segurança nas estradas acabaria dependendo do pagamento de pedágios. “O pedágio vai ser pago. Em compensação, vai haver retorno o serviço. Considero que o Brasil chegou em uma posição em que é melhor pagar pedágio do que não saber se vamos chegar ao nosso destino.”
A pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral ainda será objeto de desdobramentos buscando entender também quais são os principais tipos de acidentes.
Ministério
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Infraestrutura informou que, entre 2019 e junho deste ano, foram revitalizados, construídos ou duplicados 4,7 mil quilômetros de rodovias federais pelo país. “Com a redução orçamentária que ocorre nos últimos anos devido à necessidade de ajuste fiscal do país, o Ministério da Infraestrutura investe na parceria com a iniciativa privada, com um modelo de concessão que garante maciços investimentos e qualidade na prestação dos serviços em infraestrutura de transportes”, disse o órgão, em nota.
Segundo o ministério, somente no modal rodoviário foram concedidas sete rodovias, o que gerou R$ 48,8 bilhões em investimentos privados. Neste ano, dois lotes do Sistema Rodoviário do Paraná deverão ser leiloados e, para o ano que vem, estão previstas concessões de outros 44 ativos.
O ministério informou ainda que investe em campanhas educativas de segurança no trânsito.
Publicado em 05/07/2022 – 19:46 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Brasília será primeira cidade a receber nova tecnologia
O sinal de 5G puro (sem interferência de outras frequências) estreia no Brasil nesta quarta-feira (5). A primeira cidade a oferecer o sinal será Brasília, cujo funcionamento foi aprovado na última segunda-feira (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Próxima geração da internet móvel, a tecnologia 5G pura oferece velocidade média de 1 Gigabit (Gbps), dez vezes superior ao sinal 4G, com a possibilidade de chegar a até 20 Gbps. O sinal tem menor latência (atraso) na transmissão dos dados. Um arquivo de 5G pode ser baixado em cerca de 40 segundos nesse sistema.
A tecnologia 5G permitirá a estreia da “internet das coisas”, que permite a conexão direta entre objetos pela rede mundial de computadores. Essa tecnologia tem potencial para aumentar a produção industrial, por meio da comunicação direta entre máquinas, e possibilitar novidades como cirurgias a distância e transporte em carros sem condutores.
A TIM será a primeira operadora a oferecer o sinal 5G puro em Brasília. Em princípio, serão instaladas 100 antenas que atenderão entre 40% e 50% da população do Distrito Federal. Nos próximos dois meses, mais 64 antenas passarão a funcionar, elevando o alcance da tecnologia para 65% da população.
Segundo o conselheiro e vice-presidente da Anatel, Moisés Moreira, as próximas cidades a receber o sinal 5G puro serão Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo, mas as datas ainda não estão previstas. No início de junho, a agência reguladora definiu que, até 29 de setembro, todas as capitais deverão contar com a tecnologia.
Acesso
Para ter acesso à tecnologia 5G, o cliente deve ter um chip e um aparelho que aceite a conexão. O cliente precisa verificar se a operadora oferece o serviço e estar na área de cobertura. O site da Anatel informa a lista de celulares homologados para o sinal 5G puro.
O consumidor precisa ficar atento porque existem celulares fora da lista que mostram o ícone 5G. Nesses casos, porém, o aparelho não opera o sinal 5G puro, mas o 5G no modo Dynamic Spectrum Sharing (DSS) ou non-standalone (NSA), chamado de 5G “impuro” por operar na mesma frequência do 4G, na faixa de 2,3 gigahertz (GHz). Dependendo da interferência, o sinal 5G “impuro” chega a apresentar velocidades inferiores ao 4G.
Parabólicas
O 5G puro ocupará na faixa de 3,5 GHz, faixa parcialmente ocupada por antenas parabólicas antigas que operam com sinal analógico na Banda C. As pessoas com esse sinal precisarão comprar uma antena nova e um receptor compatível com a Banda Ku, para onde está sendo transferido o sinal das antenas parabólicas. Famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com parabólicas antigas receberão conversores novos, que dispensarão a necessidade de comprar outras antenas.
Segundo a Anatel, Brasília foi escolhida para estrear a tecnologia 5G por ter um número baixo de parabólicas. Conforme os dados mais recentes da agência reguladora, existem cerca de 3,3 mil parabólicas em funcionamento no Distrito Federal.
Originalmente, o edital do leilão do 5G, realizado em novembro do ano passado, previa que todas as capitais deveriam ser atendidas pela telefonia 5G até 31 de julho. No entanto, problemas com a escassez de chips e com atrasos na produção e importação de equipamentos eletrônicos relacionados à pandemia de covid-19 fez o cronograma atrasar dois meses.
Publicado em 06/07/2022 – 06:04 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Relator na Câmara recua de mudanças na PEC dos gastos
Deputado cogitou tirar ‘estado de emergência’ da proposta e incluir auxílio para motoristas de app, mas desistiu para acelerar tramitação.Segundo ele, para incluir os motoristas de aplicativo havia o entrave adicional da falta de um cadastro efetivo desses profissionais. “Então não tem como você dimensionar com segurança os motoristas de aplicativo para poder ofertar o benefício do auxílio”, complementou.Forte disse que a previsão é que o texto saia da comissão especial até o fim da semana, considerando tentativas de obstrução da oposição.(Folha)
Construção civil se destaca na geração de empregos
Desde a queda acentuada na oferta de emprego em 2020, no início da pandemia, a construção civil é uma das atividades que mais têm gerado oportunidades no Brasil. Em dois anos, saltou 29,8% o número de pessoas que trabalham no segmento, um dos responsáveis por reduzir o desemprego no País, que chegou a 9,8% em maio. A área é a que mais cresceu em número de pessoas ocupadas entre maio de 2020 e de 2022. Em seguida, vêm alojamento e alimentação (21,9%) e serviço doméstico (19,5%). Os grupos que menos ampliaram as contratações foram administração pública (1,5%), transporte (10,4%) e agricultura (10,2%). Os dados são da (Pnad), do IBGE, divulgados na semana passada.No total, segundo o IBGE, o Brasil tinha 7,4 milhões de pessoas trabalhando na construção no trimestre encerrado em maio – bem acima dos 5,5 milhões de dois anos atrás, no início da pandemia. (Estado)
Petróleo cai 9%, sob temor de recessão; dólar vai a R$ 5,38
Moeda americana avança 1,16% e atinge maior cotação desde 28 de janeiro; ações da Petrobras desabam. (Folha)
Com risco fiscal em alta, título do Tesouro já paga juro real de 6%
Taxa dos papéis de longo prazo é a maior da gestão Bolsonaro.Omercado financeiro está exigindo juros mais altos para adquirir títulos de longo prazo do governo. (Estado)
O Brasil no início da crise dos ricos
Economia mundial está nervosinha, preços das commodities começam a cair e real também.O Sobrenatural de Almeida, os Elfos dos Mercados, as Fadas da Confiança e o tamanho da paulada nos juros americanos vão dizer se as economias centrais do mundo vão entrar em recessão. (Folha)
Brasileiro paga R$ 31 pelo pê-efe e R$ 65 pelo prato à la carte
Preços de refeição fora de casa sobem, em média, 17% na pandemia, aponta pesquisa de empresas de tíquete.Almoçar fora de casa ficou 17,4% mais caro para o trabalhador brasileiro durante a pandemia, indica pesquisa da ABBT. (Folha)
O Estado de S. Paulo
- Manchete: Com risco fiscal em alta, título do Tesouro já paga juro real de 6%
- Prefeitos pedem apoio para barrar novos gastos
- Alta na remuneração abre oportunidade para investidor, diz mercado
- Nova presidente da Caixa promete combater assédio
- Emprego na construção civil cresce 30% em dois anos
- Produção industrial registra alta de 0,3% em maio
- Sob pressão do governo, relator desiste de mudar ‘PEC Kamikaze’
- ICMS Combustível e a guerra fiscal
- Experimentação de cigarro eletrônico é maior entre jovens
- As regras para o cigarro eletrônico pelo mundo
O Globo
- Manchete: Congresso indica R$ 6 bilhões do orçamento secreto em duas semanas
- Com uma dose de polêmica: Países divergem sobre novo reforço contra Covid-19
- Eletrobras: ação judicial pede R$ 1 bi de usina no Madeira
- Guimarães cobra exibição de provas para denúncias
- Banco estatal pagou obras na casa de seu ex-presidente
- ‘Não começa uma nova era na Caixa’, afirma Jair Bolsonaro
- Veja mudanças no desempenho fiscal no governo Bolsonaro
- Como o governo derrubou pilares do Orçamento
- Risco fiscal leva dólar a R$ 5,38, maior valor desde janeiro
- Relator da PEC Eleitoral recua e desiste de mudar texto para agilizar votação
- Energia geopolítica: Após preço crescer 700%, gás natural é força motriz de nova Guerra Fria
Folha de S. Paulo
Manchete: Líderes de bancada do Senado decidem adiar CPI, e oposição deve ir ao STF
- Golpe oferece mais dinheiro em troca de transferência no Pix
- Ultra velocidade do 5G ‘puro’ estreia hoje no país, em Brasília
- Na contramão, indústria criativa contrata mais na pandemia
- Empresários criticam governo durante almoço com Lula
- Comissão do Senado aprova dedução de gastos com aluguel no IR
- Petróleo cai 9%, sob temor de recessão; dólar vai a R$ 5,38
- Presidente promove menosprezo, dizem agentes da segurança
- Servidores do BC aprovam fim da greve mesmo sem reajuste
- Bolsonaro se comprometeu a apoiar PEC que veta novos gastos a municípios, diz entidade
- Petrobras anuncia novo reajuste no combustível de aviação e passagem vai ficar mais cara
- Relator na Câmara recua e vai manter texto da PEC para agilizar votação
- Presidente silencia porque não há conclusão no caso, afirma Daniella
- Custeio seguiu regras de governança, afirma advogado de executivo
- Debate no Senado tem crítica unânime à PEC dos embaixadores
Valor Econômico
Empresas perdem R$ 1,5 tri de valor de mercado em um ano
Queda refletiu o aumento das incertezas políticas e econômicas no país e, sobretudo, o temor de uma recessão global
Relator desiste de alterar ‘PEC das Bondades’
Após reunião com governistas, o deputado Danilo Forte (União-CE) disse que concordou em não criar novos auxílios para não atrasar o pagamento dos outros benefícios
Troca de ações é alternativa para startups
Segundo especialistas, muitas startups estão cortando custos, fazendo demissões e procurando preservar o caixa ao máximo
BNDES quer ‘contabilidade de carbono’ nos empréstimos a partir de 2023
Objetivo é “induzir e descentralizar o setor produtivo” para contagem de carbono, diz presidente do banco
Energia residencial deve subir 9,8% este ano
No segundo semestre estão previstos reajustes de preços de 33 concessionárias em todo o país
Argentina flerta, de novo, com dolarização
Fim de moeda própria tem sido debatido por grandes empresários
Retomada do emprego vai ter semestre difícil, vê FGV
Atividade econômica deve sentir efeitos de inflação em alta e aumento da taxa de juros
Guerra “escalou” em vez de desacelerar, afirma Guedes
Durante posse da nova presidente da Caixa Econômica Federal, ministro liga aumento do Auxílio Brasil à escalada da guerra
CPI do MEC e outras ficam para depois das eleições
Oposição promete recorrer ao Supremo; presidente do Senado não vê chances de intervenção
Ministra argentina já prevê “modificações” no acordo com o FMI
Banco Central vendeu US$ 180 milhões para conter desvalorização acelerada do peso no câmbio paralelo
Colômbia precisa elevar impostos, diz Ocampo
Será preciso aumentar a arrecadação fiscal e reduzir a relação dívida/PIB do país a fim de custear o aumento dos gastos sociais, afirmou o futuro ministro da Fazenda
ONU denuncia violações russas na Ucrânia
Até domingo, órgão documentou 4.889 mortes, incluindo 335 crianças, mas ressaltou que os números reais são provavelmente mais altos
Pesquisadores em empresas são essenciais ao desenvolvimento
Na União Europeia, 55% dos pesquisadores em tempo integral estão nas empresas
Eletrobras deve eleger conselho sem disputa
Eleição para compor o colegiado da ex-estatal elétricas está marcada para 5 de agosto e não é esperada disputa entre chapas
Medo de recessão acentua declínio das commodities
Ontem, preços dos grãos tiveram forte queda na bolsa de Chicago
Dólar global vai à máxima desde 2002
Temor com recessão e riscos fiscais locais levam moeda americana a R$ 5,3893, maior nível desde janeiro
Crescem as tensões internas no conselho do BCE
Presidente do BC alemão, Joachim Nagel, faz alerta público sobre os perigos de uma ferramenta anti-turbulência
Nova presidente da Caixa reforça foco em expandir microcrédito
Daniella Marques, que tomou posse à frente do banco, lembrou que a instituição tem 148 milhões de clientes e opera todos os programas sociais federais.




O dólar à vista emendou na sessão desta terça-feira, 5, o quarto pregão seguido de valorização e fechou em alta de 1,19%, cotado a R$ 5,3893. Na máxima, registrada pela manhã, a moeda chegou a furar o teto de R$ 5,40 ao correr até R$ 5,4040. Em apenas três pregões de julho, o dólar já acumula avanço de 2,95%, após ter subido 10,15% em junho. As perdas no ano são agora de apenas 3,35%.
Ao desconforto com o quadro fiscal doméstico, em meio à tramitação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados, somou-se hoje uma onda de aversão ao risco vinda do exterior. Dados fracos da economia europeia e relatos de novos lockdowns na China avivaram temores de recessão global. Investidores correram para se abrigar no dólar e nos títulos do Tesouro americano, cujas taxas recuaram em bloco. O retorno da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, caiu para a casa de 2,82% e chegou em alguns momentos a ficar abaixo do da taxa do título de 2 anos – movimento visto pelo mercado como sinal de recessão. O petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, fechou em queda de 9,45%, a US$ 102,77.
O índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – superou nas máximas os 106,000 pontos, no maior patamar em 20 anos, com alta de mais de 1,5% da moeda americana frente ao euro. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities afundaram. O real, que costuma apresentar perdas mais expressivas entre seus pares em episódios de aversão ao risco, desta vez não ficou na rabeira. Peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano sofreram mais. O rublo russo amargou queda superior a dois dígitos.
“É claro que o ambiente doméstico também pesa com a questão fiscal. Mas o movimento hoje foi majoritariamente global. As moedas emergentes de forma geral se desvalorizam com o risco de recessão nas maiores economias do mundo”, afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, até subiu, já que fechou antes que o temor de recessão se instalasse nas mesas de operação. As demais commodities metálicas e as agrícolas derreteram. Dados positivos do setor de serviços na China em junho, embora não abranjam o efeito de novos lockdowns, e possível redução de tarifas dos EUA sobre importações chinesas deram alento ao mercado asiático e até sugeriam um ambiente de apetite ao risco.
Por ora, o mercado ainda mantém a aposta majoritária de que o BC americano anuncie neste mês mais uma elevação da taxa básica em 75 pontos-base e que os Fed Funds encerrem o ano acima de 3%. Já esquentam, contudo, as apostas em um corte de juros nos EUA mais cedo em 2023.
“A elevação dos juros americanos é inevitável. O Fed deve manter o tom duro, o que aumenta a possibilidade de recessão nos Estados Unidos”, afirma André Rolha, ressaltando que esse conjunto de fatores se traduz em busca global pela moeda americana. “Mas o real também está sendo muito castigado por essa postura populista de aumentar gastos antes da eleição. Houve até um alívio com o sinal de que o texto da PEC dos Benefícios pode não ser alterado na Câmara, mas o ambiente ainda é de desconfiança”.
O Broadcast Político informou à tarde que o relator da PEC dos Benefícios ou PEC Kamikaze (antes chamada de PEC dos Combustíveis), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), cedeu à pressão do governo e desistiu de alterar o texto. Forte queria inclusão de auxílio-gasolina para motoristas de aplicativos e retirada do decretação de estado de emergência. Eventuais modificação teriam que fazer a proposta voltar ao Senado. Havia também a possibilidade de os gastos extra teto, previsto em R$ 41,25 bilhões na versão original, subissem para a casa dos R$ 50 bilhões.
“O movimento de apreciação do dólar contra o real não deve ser interrompido tão cedo. A perspectiva de piora da trajetória da dívida líquida do governo, em parte reflexo da aprovação de projetos que ampliam o risco fiscal, pressiona o dólar para cima”, afirma, em nota, a economista do C6 Bank Claudia Moreno, acrescentando que a depreciação da moeda brasileira só não é mais forte por conta de fatores como a taxa Selic elevada.
Para os estrategistas do BGT Pactual, o risco fiscal e o processo de alta de juros nos EUA devem manter o real enfraquecido, mesmo após o tombo expressivo em junho. “A elevação do risco fiscal segue nos deixando menos construtivos para o real no curto prazo, que ainda deve seguir negociando consistentemente acima de R$ 5,00 nos próximos meses”, afirmam os estrategistas, em relatório. “Mantemos nossa projeção para o final de 2022 para R$ 4,80, mas visualizamos um cenário pessimista em taxa mais elevada devido ao aperto das condições financeiras nos mercados globais mais rápido que o esperado”.
Bolsa
A aversão a risco desde o exterior – com fracas leituras finais sobre índices de atividade na Alemanha e na zona do euro em junho, que contribuíram para reforçar temores quanto a uma recessão global – lançou os ativos em nova espiral de perdas, com destaque para o petróleo Brent, em queda de 9,45% durante a sessão, e para as bolsas do velho continente, em recuo de quase 3% no
fechamento (Frankfurt). Em Wall Street, Dow Jones e S&P 500 cediam mais de 1%, enquanto o Nasdaq mostrou descolamento (+1,75%) até o encerramento.
Ao final, os outros dois índices de Nova York moderaram muito o ajuste (Dow Jones -0,42%), com o S&P 500 revertendo ao positivo (+0,16%). E, na B3, onde os investidores já vinham lidando com as preocupações em torno da ‘PEC Kamikaze’, o Ibovespa cedeu apenas 0,32%, aos 98.294,64 pontos, quando parecia, em boa parte da sessão, a caminho do que seria o menor fechamento do ano, abaixo dos 98 mil pontos, permanecendo em níveis do começo de novembro de 2020.
Com a retomada dos negócios em Nova York após o feriado da Independência americana, o giro financeiro foi a R$ 26,5 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa cede 0,67%; no mês, 0,25%, e no ano, 6,23%.
Se o petróleo havia ajudado a descolar Petrobras de outras blue chips nas duas sessões anteriores, hoje a queda livre da commodity colocou a petrolífera (ON -4,27%, PN -3,81%) e o setor na ponta negativa do Ibovespa, tendo 3R Petroleum (-7,44%) e PetroRio (-7,11%) logo à frente. Algumas ações, especialmente as muito descontadas no ano, como Magazine Luiza (+11,74%), acabaram sendo uma válvula de escape para o dia na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque também para Via (+11,48%), Americanas ON (+9,73%) e Petz (+8,65%). Assim como para Petrobras, o dia foi majoritariamente negativo para empresas e setores de maior liquidez, como Vale (ON -0,50%) e siderúrgicas (CSN ON -1,81%), enquanto os grandes bancos conseguiram oscilar para ganhos em direção ao fechamento, à exceção de BB ON (-0,54%).
“Hoje, mais cedo, a curva de juros americana (taxas de 2 e 10 anos) chegou a inverter e isso geralmente é associado com recessões econômicas anteriores nos Estados Unidos”, observa Jennie Li, estrategista de ações da XP. Lá fora, a queda dos yields dos Treasuries, por outro lado, beneficia “as empresas de alto crescimento que sofreram bastante nos últimos tempos por conta do aumento de juros”, acrescenta a estrategista. “Então, estamos vendo um movimento de recuperação e certo alívio em empresas como Magalu, aqui no Brasil.”
Fonte: Estadão – Por: Antonio Perez e Luís Eduardo Leal ás 19:50
Semeaduras da soja em épocas inadequadas podem afetar o porte, o ciclo e o rendimento das plantas e aumentar as perdas na colheita
A Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou nesta terça-feira (05), no Diário Oficial da União, as portarias números 247 a 265 que estabelecem o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja.
O objetivo é reduzir os riscos relacionados a problemas climáticos e também o risco fitossanitário causado pela ferrugem asiática da soja. Os elementos climáticos que mais influenciam na produção da soja são a precipitação pluvial, temperatura do ar e fotoperíodo.
A época de semeadura é um dos fatores que mais influenciam o rendimento da cultura da soja, ou seja, é ela quem determina a exposição da cultura à variação dos fatores climáticos limitantes. Assim, semeaduras em épocas inadequadas podem afetar o porte, o ciclo e o rendimento das plantas e aumentar as perdas na colheita.
Visando a prevenção e controle da ferrugem asiática, devem ser observadas as determinações relativas ao vazio sanitário e ao calendário de plantio, definidos pela Secretaria de Defesa Agropecuária, do Mapa. O estudo de Zarc levou em consideração, para indicação das janelas de semeadura, a Portaria SDA Nº 607 de 21 de junho de 2022, que estabelece os calendários de semeadura da soja referente à safra 2022/2023.
Com a publicação do Zarc da soja, a SPA/Mapa finaliza o cronograma de publicações de portarias das culturas de verão safra 2022/2023. Dessa forma, os produtores rurais e agentes financeiros têm uma segurança maior para o fechamento de contratos de seguro e crédito rural para a safra.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas e para o plantio de cultivares indicadas nas portarias de zoneamento.
O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996. Hoje, contempla os 26 Estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 60 sistemas produtivos de cultivos agrícolas permanentes e anuais. Os estudos técnico-científicos são realizados por uma rede de pesquisa da Embrapa que conta com a participação de mais de 150 especialistas, em 32 centros de pesquisa da Embrapa e parceiros.
Período de emergência para culturas anuais no Zarc
As portarias de zoneamento para culturas anuais trazem, no item 5, a relação dos municípios aptos ao cultivo e períodos indicados para semeadura, uma nota informando que “o Zarc faz avaliações de risco para períodos decendiais (10 dias) de semeadura e assume que a emergência ocorra, majoritariamente, em até 10 dias após a semeadura. Para os casos excepcionais em que a emergência ocorrer com 11 ou mais dias de atraso em relação a semeadura, deve-se considerar como referência o risco do decêndio em que ocorreu a emergência.”
Assim, o estudo considera um limite em dias para o intervalo da semeadura até a emergência, períodos superiores ao descrito interferem na exposição de risco da cultura, portanto, para os casos excepcionais, deve-se considerar o risco indicado no decêndio que ocorreu a emergência, mesmo que a semeadura tenha ocorrido em outro decêndio.
Nova classificação dos solos no Zarc será implementada na safra 2023/2024
No decorrer do primeiro semestre de 2022, a Embrapa elaborou um novo estudo de Zoneamento para cultura da soja, baseado na Instrução Normativa SPA/MAPA nº 1, de 21 de junho de 2022, que estabelece o método para classificação do solo em função da sua Água Disponível (AD), os estudos foram validados em reuniões virtuais e contou com a participação de especialistas representantes de diversas entidades do setor agropecuário.
O novo conceito de classificação dos solos no Zarc altera a indicação de 3 classes de solos, método adotado até então inclusive para o estudo da soja recém publicado para safra 2022/2023, para 6 classes de armazenamento hídrico. A primeira cultura que terá o Zarc divulgado no novo formato de solos será a soja para safra 2023/2024.
Os estudos da soja com 6 classes de armazenamento hídrico de solos serão divulgados até dezembro de 2022 no “Painel de Indicação de Riscos”. A divulgação antecipada dos resultados da soja para safra 2023/2024 tem como objetivo permitir as adaptações necessárias, já que o novo formato altera a quantidade de informações de riscos.
A medida em que os estudos de Zarc são atualizados a nova metodologia de classificação dos solos é aplicada, dessa forma, portarias de Zarc publicadas no formato antigo continuam válidas até que a atualização ocorra e seja publicada uma nova portaria.
Aplicativo Plantio Certo
Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos: iOSe Android
Os resultados também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”.
MAPA – 05/07/2022 11h37
Empresas de menor porte correspondem a 30% do PIB
Os pequenos negócios geram renda em torno de R$ 420 bilhões por ano, o equivalente a cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) brasileiro. A estimativa consta do Atlas dos Pequenos Negócios, lançado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que hoje (5) completa 50 anos.
Segundo o levantamento inédito, os negócios de menor porte injetam R$ 35 bilhões por mês na economia brasileira. A pesquisa analisou a participação na economia de microempresas, pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEI).
De acordo com a publicação, os MEI geram R$ 11 bilhões todos os meses, o que significa R$ 140 bilhões por ano. As micro e pequenas empresas geram mensalmente R$ 23 bilhões, movimentando R$ 280 bilhões por ano.
Atualmente, os negócios de menor porte correspondem a 30% do PIB. Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a participação poderá chegar a 40% do PIB, caso o país cresça 3% ao ano nos próximos anos. “Em países desenvolvidos, a participação dos pequenos negócios no PIB fica em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos conseguirmos promover esse crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE [micro e pequenas empresas] têm de gerar renda e empregos”, avaliou.
A pesquisa constatou que, de 15,3 milhões de donos de pequenos negócios em atividade no Brasil, 11,5 milhões dependem exclusivamente da atividade empresarial para sobreviver. Em relação aos MEI, a proporção chega a 78%, o que equivale a cerca de 6,7 milhões de pessoas. Entre os donos de micro e pequenas empresas, 71% têm no negócio de pequeno porte a principal fonte de renda, o que representa cerca de 4,7 milhões de pessoas.
Crescimento
De 2012 a 2021, o número de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões. No mesmo período, o número de formalizações entre os MEI passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, alta de 323%. Isso significa crescimento mais de 12 vezes maior entre os microempreendedores individuais, comparado com os donos de negócios que não se formalizaram.
Segundo a pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI atuavam fora do mercado formal ao adotar o regime especial de pagamento de imposto. Desse total, 13% tinham como ocupação principal o empreendedorismo informal e 15% atuavam como empregados sem carteira assinada. A proporção de informais vem caindo ao longo do tempo. Cerca de 2,5 milhões de pessoas foram retiradas da informalidade (28% de 8,7 milhões de microempreendedores individuais em atividade), por causa do registro do MEI.
Em relação às micro e pequenas empresas, 13% dos empreendedores eram informais antes da abertura do negócio. Desse total, 6% exerciam a atividade como empreendedores informais e 7% eram empregados sem carteira assinada.
Regiões e estados
O Atlas dos Pequenos Negócios também revelou peculiaridades entre regiões e estados. O Norte tem uma das maiores proporções de jovens e negros à frente de um negócio. No Nordeste, Sergipe é um dos estados com a maior proporção de empreendedores. No Centro-Oeste, o Distrito Federal tem uma das maiores proporções de donos de negócios com ensino superior.
O Sul é a região com a maior proporção de empreendedores que contribuem para a Previdência Social. O Sudeste tem o maior número de pequenos negócios, com três estados – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – concentrando 40% dos donos de empresas de pequeno porte no Brasil.
Em relação aos estados, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba e Sergipe têm as maiores participações de microempreendedores individuais entre os empreendimentos abertos. Maranhão, Amapá, Paraná e Piauí têm a maior proporção de microempresas na abertura de negócios. Na abertura de empresas de pequeno porte, lideram Mato Grosso, Pará, Amazonas e Amapá.
O estado do Rio de Janeiro, o Distrito Federal e o Sergipe têm as maiores proporções de mulheres entre donos de negócio, com 38%, 37% e 37% do total, respectivamente. A proporção de empreendedores que se classificam como negros (pretos e pardos) chega a 84% do total dos donos de negócios no Amazonas e no Acre. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a proporção de negros chega a apenas 15%.
Publicado em 05/07/2022 – 16:15 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Firjan divulgou mapeamento da indústria criativa
O número de profissionais que atuam no setor da indústria criativa no Brasil cresceu 11,7% de 2017 para 2020, com distribuição desigual entre as áreas. Enquanto em consumo o número de vínculos empregatícios subiu 20% e em tecnologia aumentou 12,8%, em cultura houve queda de 7,2% e em mídia diminuiu 10,7%.
Os dados estão na sétima edição do Mapeamento da Indústria Criativa, divulgada hoje (5) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O levantamento mostra que o país tem hoje 935 mil profissionais criativos com empregos formais, sendo 47% deles na área de consumo, 37,5% em tecnologia, 9,1% em mídia e 6,4% em cultura.
A Firjan divide a indústria criativa em cultura – que inclui expressões culturais, artes cênicas, música, patrimônio e artes; tecnologia, com tecnologia da informação e comunicação (TIC), biotecnologia e pesquisa e desenvolvimento, a área de consumo – que abrange publicidade e marketing, design, arquitetura e moda; e mídia, que se refere aos segmentos editorial e audiovisual.
A primeira edição do levantamento é de 2008 e a periodicidade era bianual, mas a entidade decidiu atrasar um ano o levantamento para incluir 2020, reunindo informações sobre como a pandemia de covid-19 afetou o setor. A fonte do estudo é o Ministério do Trabalho e Previdência.
As principais quedas no vínculo empregatício do setor, de 2017 para 2020, foram nas artes cênicas (-26,6%), patrimônio e artes (-20,6%), moda (-16,9%) e editorial (-14,4%). Os aumentos mais expressivos no mesmo período ocorreram em publicidade & marketing (48,2%), biotecnologia (22,7%), TIC (18,5%) e expressões culturais (7,8%).
Por estado, os maiores mercados da indústria criativa continuam com São Paulo, que soma 380,4 mil vínculos, e o Rio de Janeiro, com 95,7 mil. Na área da cultura, se destacam os estados do Norte e do Nordeste na quantidade de profissionais no setor:
Paraíba (13,6%); Bahia (12,2%); Piauí (11,8%); Alagoas (11,4%); Acre (11,0%) e Rio Grande do Norte (10,6%) lideram o ranking de participação de profissionais na área cultural.
Segundo a Firjan, a participação da indústria criativa no Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,61% em 2017 para 2,91% em 2020, com um total de R$ 217,4 bilhões, percentual recorde na série histórica, iniciada em 2004. O valor se compara à produção da construção civil e ultrapassa a extração mineral.
Pandemia
O vice-presidente da Firjan, Leonardo Edde, destaca que as mudanças refletem os novos modelos de negócio e hábitos de consumo, com a expansão da tecnologia na pandemia e a consequente necessidade da transformação digital de empresas de todos os segmentos, bem como a reestruturação do setor de mídia, que alterou as formas de produção, disseminação e consumo de conteúdo.
“As produções criativas nos ajudaram a encarar os dias difíceis de pandemia e a manter a saúde mental no isolamento. O problema é que nós apenas consumimos, mas não geramos mais dessa riqueza em razão do isolamento e de outras barreiras físicas geradas pela pandemia. Ou seja: aumentou o consumo e caiu a produção cultural”, diz.
A pesquisa destaca que o cenário no fim do primeiro ano da pandemia era de 14,8 milhões de desempregados no país, o que correspondia a 14,7% da população economicamente ativa, incluindo 31% dos jovens.
De acordo com o estudo, a remuneração média dos profissionais do setor criativos, de R$6.926,00 em 2020, era 2,37 vezes maior do que a remuneração média do trabalhador brasileiro, que estava em R$2.924,00. Em 2017, essa diferença era de 2,45 vezes.
A gerente de ambientes de inovação da Firjan, Julia Zardo, destaca que as mudanças de paradigma vivenciadas durante a pandemia foram incorporadas e convivem com os antigos.
“Esses paradigmas coexistem e a gente está criando novos. Como o analógico vai conviver com o tecnológico, essas experiências vão ser ressignificadas. O presencial e o digital, o ser humano tem usado as novas tecnologias de informação e de comunicação, mas depois de dois anos usando, a gente lembrou que o ser humano é um bicho social e precisa ir para a rua, se encontrar”.
Julia destaca o aumento das vendas online, que subiram 785% em faturamento nos cinco primeiros meses de 2022, na comparação com o período pré-pandemia. Apenas São Paulo registrou 924 mil pedidos no e-commerce de janeiro a maio, seguido oe Rio de Janeiro, com 331 mil, e Santa Catarina, com 279 mil.
“A gente tem uma pesquisa da Firjan do ano passado com as indústrias, mostrando muitas mudanças no seu processo produtivo e de vendas. Em torno de 80% disseram que não iriam voltar ao que era antes, que eles gostaram das mudanças e vão continuar mudando cada vez mais”, diz Julia.
Análise temática
Esta edição do mapeamento trouxe quatro análises temáticas. Edde explica que em Soft Power e desenvolvimento com base na cultura e identidade dos territórios”, o levantamento indica o potencial que o Brasil tem para usar sua imagem e influência afim estimular negócios e gerar desenvolvimento.
“A gente está trabalhando para trazer de volta o potencial positivo do Soft Power brasileiro. É um país que, nos estudos internacionais, apresenta índices positivos relacionados a um país festeiro, um povo amigável, receptivo. O Brasil tem uma familiaridade muito grande no mundo”.
Ele destaca, porém, que também há uma imagem internacional negativa do Brasil, que precisa ser revertida.
“Essas referências, como o jeitinho brasileiro, a malandragem carioca, contribuem para esse Soft Power reverso, que traz uma imagem negativa ao empresariado, que é uma imagem de corrupção, malandragem, jeitinho nos negócios e serviços e por aí vai. Claro, existe a realidade do que acontece, como existe em qualquer lugar do mundo, mas precisamos entender e trabalhar o nosso Soft Power de maneira positiva.”
As outras análises especiais são Definições e Fronteiras da Economia Criativa, que propõe uma discussão sobre o que é Economia Criativa – Desafios à valoração de intangível nas Indústrias Criativas, para tratar do papel central que os ativos intangíveis vêm ganhando em uma economia cada vez mais digital; e Aspectos da Proteção da Propriedade Intelectual”, que discute a venda de cópias e o licenciamento de direitos autorais
O estudo completo está disponível no site https://www.firjan.com.br/EconomiaCriativa.
Centro de referência audiovisual
A apresentação do estudo ocorre junto com o lançamento da Escola Firjan Senai Sesi Laranjeiras, que será um centro de referência no setor de audiovisual do estado do Rio. Serão ofertados no local, na Rua Ipiranga número 75, cursos técnicos como Produção de Áudio e Vídeo, Desenvolvedor de Conteúdo de Youtube e Computação Gráfica.
A estrutura conta com laboratórios de figurino, captura de movimento, colorimetria, workstation e de fabricação digital, com impressoras 3D e máquinas de corte a laser. Edde destaca que a escola se alinha às mudanças estruturais que atingem a indústria criativa.
“Existe uma tendência muito forte de digitalização do setor, e a nossa escola vem para atender essa necessidade e inserir no mercado mais profissionais com todos os tipos de qualificação, especialmente neste momento em que as produções foram retomadas e estão a pleno vapor”.
Mais informações no site www.firjansenai.com.br/audiovisual.
Publicado em 05/07/2022 – 16:02 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Consumidor reduz compra no mercado
Valor de cesta de 120 itens avançou 13,1% no primeiro trimestre de 2022, enquanto a quantidade de produtos no carrinho recuou 5%. Consumidor pesquisa mais, corta supérfluos e compra menos produtos. Redução de quantidade, mudança de marcas, pesquisa de ofertas e suspensão da compra de algum produto são as principais estratégias citadas por consumidor para lidar com o impacto da inflação no orçamento (Valor)
Maioria de apurações federais de assédio termina impune
Dois terços dos processos em órgãos da União ficam sem penalidade, aponta CGU.De 2008 até junho de 2022, foram instaurados 905 processos, dos quais 633 já foram concluídos. Destes finalizados, 432 não resultaram em sanção. Os demais geraram advertência (41), suspensão (90) ou demissão (95) do agressor. A soma de penalidades, incluindo sua ausência, é maior que o total de casos registrados porque em alguns deles havia mais de um agente público envolvido. Os dados não incluem empresas públicas. (Folha)
Prefeitos vão a Brasília contra ‘PEC Kamikaze’ e perda de receita local
Mil governantes municipais se inscrevem para informar Congresso sobre impacto de gasto extra. Mobilizados pela Confederação nacional de Municípios, prefeitos de todo o País protestarão hoje em Brasília contra medidas–aprovadas pelo Congresso, pelogo verno epelo STF–responsáveis por elevar gastos e reduzir receitas municipais. A três meses das eleições, a CNM – que registrou mil inscrições de governantes para ir à capital federal – afirma que a
“pauta grave dos três Poderes” já provocou custo de R$ 73 bilhões por ano. Com outras medidas ainda em estudo, como a chamada “PEC Kamikaze”, a CNM estima que o encargo global pode chegar a R$ 250,6 bilhões. Apesar do desgaste com os prefeitos, os deputados e os senadores seguem aprovando as medidas, entre elas, o projeto que fixou um teto entre 17% e 18% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte urbano e telecomunicações. O impacto dessa medida é de R$ 22,06 bilhões. Para as despesas, o potencial de aumento é de até R$ 176,8 bilhões por ano, dos quais R$ 41,9 bilhões já aprovados. As pautas de redução de arrecadação têm impacto estimado pela CNM de R$ 51,6 bilhões por ano, sendo R$ 31,2 bilhões de medidas já aprovadas. (Estado)
Relator de PEC dos gastos quer incluir motoristas de aplicativo
Se houver mudança, texto terá de voltar ao Senado; expectativa é que comissão vote relatório amanhã. Se o relatório com mudanças for acatado em comissão especial na Câmara, a proposta de emenda à Constituição precisará voltar ao Senado após aprovada em plenário. As alterações se opõem à intenção inicial de acelerar a tramitação do texto na Casa, votando-o sem modificações. Se aprovada, a PEC será levada ao plenário, onde precisa do apoio de no mínimo 308 parlamentares em votação em dois turnos.As alterações estudadas por Forte podem atrasar a promulgação do texto, atrapalhando os planos da Câmara de acelerar a tramitação. Na sexta-feira (1º), o texto foi apensado à PEC de biocombustíveis, que já tinha tido a admissibilidade aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), justamente para agilizar o processo.Segundo o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o objetivo era que os dois textos fossem votados sem mudanças em relação ao que foi aprovado no Senado, o que evitaria que retornassem à Casa vizinha.(Folha)
Preço no campo gera inflação recorde e não vai dar trégua ao consumidor.A inflação dos alimentos, ao subir 11,7% no primeiro semestre, atingiu a maior taxa para o período nos últimos 28 anos, segundo dados divulgados pela (Fipe). (Folha)
O Estado de S. Paulo
- Manchete: Prefeitos vão a Brasília contra ‘PEC Kamikaze’ e perda de receita local
- ‘Tem de ter vale-Uber; é como vale-táxi’
- Economia tenta barrar inclusão de novos benefícios
- Associação quer ajuda para motoristas de aplicativo
- Após 27 meses, oferta de voos no País supera pré-pandemia, diz Anac
- Começa a corrida das gigantes pelo domínio do 5G
- Andrade nega ‘missão’ de trocar toda a diretoria
- Ao assumir Caixa, Daniella Marques demite consultores da presidência
- Governos liberam 4ª dose atendimento bancário para menores de 40 anos
O Globo
- Manchete: Governo atua para evitar novas mudanças e acelerar PEC
- Mulher de Guimarães recebe apoio de Michelle Bolsonaro
- Nova presidente da Caixa afasta funcionários de gabinete de Guimarães
- Insper cria curso sobre agronegócio para jornalistas
- Antigo Comperj tem nova alta de custos e 2 mil demissões
- PGR quer que STF ouça ex-presidente da Petrobras
- Rede 5G pura chega a Brasília amanhã, cobrindo 80% da capital federal
- Mercado começa a prever inflação maior em 2023
- Mais de mil prefeitos vão a Brasília contra perda de R$ 250 bi
- MP junto ao TCU pede investigação sobre proposta
Folha de S. Paulo
- Manchete: Maioria de apurações federais de assédio termina impune
- Relator quer incluir motorista de app e rever estado de emergência em PEC
- Justiça de São Paulo determina bloqueio de R$ 450 mi de plataforma de criptomoedas
- Petróleo pode ir a US$ 380 se Rússia reduzir Produção, diz Banco
- PGR quer ouvir ex-chefe da Petrobras sobre suposta interferência de Bolsonaro
- MPT inspeciona sede da Caixa e pede explicações sobre acusações
- Chuvas deixam sete mortos e um desaparecido no Nordeste
Valor Econômico
Troca em ministério eleva incertezas na Argentina
Ida de Silvina Batakis para o Ministério da Economia é mal recebida e dólar paralelo dispara
Governo quer acelerar a ‘PEC das Bondades’
Para contornar a lei eleitoral, que veda a criação de benefícios este ano, a PEC aprovada pelo Senado alega que há um “estado de emergência” por causa da alta dos combustíveis
Insegurança jurídica na recuperação
Reforma da Lei de Falências desorganizou a jurisprudência dos tribunais sobre o que deve ser exigido das empresas que têm dívidas tributárias
Como mitigar o risco de desequilíbrios contratuais
A elevação do preço da energia foi importante gatilho para o espalhamento das pressões inflacionárias até o fim da vigência da bandeira de escassez hídrica em abril de 2022
Procurador pede investigação sobre acúmulo de cargos por Guimarães
Ex-presidente da Caixa acumulou 21 cargos em conselhos de administração de empresas ligadas ao banco público
MPT recebe 300 denúncias de assédio
Desde 2018, 2.010 casos de assédio sexual foram relatados ao Ministério Público do Trabalho
Kirchnerismo assume economia e incerteza cresce na Argentina
Troca de ministros foi mal recebida e fez o dólar subir cerca de 9% ontem no câmbio paralelo e a escolha de Batakis aprofunda as incertezas sobre o país
Potencial de contágio no Brasil é pequeno
Economistas ouvidos pelo Valor destacam que a participação da Argentina no comércio exterior do Brasil hoje é bem menor e que os investidores estrangeiros fazem a diferenciação entre os dois países
Inflação na Turquia já chega perto de 80%
Mas para economistas independentes do Inflation Research Group, a taxa de inflação anual real da Turquia é muito maior e teria alcançado 175,55% em junho
Incerteza econômica põe em dúvida melhora do emprego
O rendimento do trabalho, que está 7,2% menor do que era em 2021, também põe em xeque a firmeza do mercado
Brasileiro compra menos no mercado e troca almoço por lanche
Cesta de 120 produtos fica 13% mais cara, enquanto a quantidade de itens no carrinho encolhe 5%
Produtor e importador de fios têxteis travam queda de braço
Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) abriu investigação sobre as importações de fio texturizado de poliéster provenientes da China e da Índia
Presidente da GM diz que Brasil pode produzir elétricos
Santiago Chamorro, CEO na América do Sul, rejeita ideia do carro híbrido e diz que a vez do Brasil chegará quando custo cair
Gasto de energia é ponto de atenção nas redes 5G
Tráfego mais intenso de dados e aumento do número de conexões exigem mais antenas com estrutura robusta
Em MT, integrados questionam critérios de empréstimos do BB
Decisão da Justiça no caso pode ter impacto sobre a concessão de crédito a agroindústrias no país
Captação de leite segue em queda; preços sobem
No ano, captação de matéria-prima acumula baixa de 8,2%, segundo o Cepea
PEC prejudica processo de desinflação, diz Credit
Para Solange Srour, proposta pode dar “fôlego adicional à economia”, mas mostra que país está “mais uma vez destruindo a regra fiscal e piorando seu arcabouço institucional”




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