Nesta condição, o Brasil abriga um mercado que vende soluções para angústia. O índice de insatisfação no Brasil é o mais elevado entre países latino-americanos como Argentina, Colômbia e México. Aqui, as principais fontes de angústia estão no campo financeiro e profissional, muitos tendem a reinventar a carreira, e a maioria não conseguem tirar do papel seus projetos de vida.
O mercado tende buscar soluções para tudo, assim começa acontecer a venda de soluções rápidas para amenizar o sofrimento alheio. Para ofertar tal mercado é preciso pesquisar as causas e os efeitos deste fenômeno, um fenômeno para entender o quanto tem aumentado a procura de livros de autoajuda e a expansão da indústria do coaching, ou como as celebridades como os filósofos Mario Sérgio Cortella e Luiz Felipe Pondé e mesmo Leandro Karnal tem sido grande a procura por estes tipos de palestras, índices de acesso a vídeos em You Tube e programas de TVs, nas mídias sociais etc.
A indústria do Coaching (IBC) formam a cada ano mais de 107 mil alunos, considerando as imersões e capacitações, além de atender corporações empresariais, cooperativas, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Procuradoria da República, Tribunal de Justiça do mato Grosso . Todo esse comportamento dá a dimensão da condição do brasileiro atualmente, frustrações, angústia, depressões, revolta, família problemáticas, etc. Uma sociedade explícita e desorientada.
No Brasil, as fontes de angústia estão na área financeira e profissional: para 57% dos entrevistados, é preciso reinventar carreira. A indústria do bem-estar teve um crescimento entre 2015 e 2017 foi de 6,4% ao ano, quase o dobro da taxa de crescimento do PIB mundial no período.
Segundo o estudo, seria na primeira hipótese é de que o sentimento é inerente à transformação da sociedade contemporânea, ao estabelecer nova relação com o trabalho. A competição e cobranças do dia a dia, as frustrações de corrente das mudanças no cenário econômico, os maus investimentos, percas de emprego, de economias por diversos fatores de uma sociedade que aumenta a competição, de mercado e de profissão. A idade e a longevidade e o peso das responsabilidade, tudo isso e outras tantas pressões, leva a sociedade procurar alívio.
A busca de resultados instantâneos responde á nova abordagem da cultura de consumo, e outros projetos são adiados de tempos a tempos, além da pressão para alcançar mais e mais consumo, tudo isso tem levado uma sociedade ao cansaço, a cobrança de um trabalho ininterrupto vai além da carga horária, a reinvenção permanente da carreira.
A nossa sociedade continuara a ser suscetíveis ao que se chama de camisa de força química, vendida pela indústria de calmantes e antidepressivos, também o discurso dos coachs ou ao dos evangélicos, de que “todos têm opoder de aquietamento do espírito e aviltam a rebeldia das pessoas . São formas de mantê-las obedientes.”.
Dunker diz que, historicamente, desde Platão e os filósofos estoicos, felicidade é uma espécie e parênteses, são instantes, circunstâncias, efeitos de uma realização. “Por exemplo, cheguei ao alto da montanha, fiquei feliz,. E agora? Agora acabou.” Ou seja, a felicidade pode ser apenas um consumo de momento, a frustração da contínua busca da tal felicidade.
A Matéria foi baseada no Jornal Valor Econômico 07/02/2020 ás 05 horas
Marisa Menezes – 07/02/2020 ás 11:30