Na última hora do dia, o dólar encerrou a sessão desta terça-feira, 26, abaixo da linha de R$ 5,35. No entanto lá fora, o dia foi marcado por sinal predominante de alta da moeda americana tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes, dada a postura cautelosa de investidores na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano). Por aqui,a a alta de 0,13% do IPCA–15 em julho, levemente abaixo das expectativas, não chegou a ter papel relevante na formação da taxa de câmbio.
A continuidade de desmonte de posições defensivas no mercado futuro, em meio a sinais de recuperação dos preços do minério de ferro, que fechou em alta de 8,61% em Qingdao, na China, e de commodities agrícolas. Já estariam em curso ajustes e movimentações de tesourarias para a formação da última Ptax de julho, na sexta-feira 929). Uma pista dessa movimentação é o aumento do giro com o contrato de dólar futuro para agosto, que superou US$ 15 bilhões hoje.
Com variação de cerca de seis centavos entre a mínima (R$ 5,3360) e a máxima a (R$ 5,3929), o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,3492, em baixa de 1,38%, após ter recuado 2,35% ontem. Os ganhos acumulados em julho, que no pregão de sexta-feira, superavam 5%, agora são de 2,19%.
A expectativa majoritária é que o BC americano anuncie amanhã nova alta da taxa básica em 75 pontos-base, a despeito de sinais de perda de fôlego da economia americana. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a previsão de crescimento global neste ano de 3,6% para 3,2% e alertou para “uma série” de risco de baixa, como a guerra na Ucrânia, a perda de fôlego da China e o aperto monetário nos países centrais para conter a inflação.
Para o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o Fed deve, em seu comunicado, dar mais atenção à inflação, que está muito longe da meta de 2%, do que ao crescimento econômico, apesar dos temores de desaceleração mais forte da atividade. De outro lado, o mercado deve passar a dar mais peso daqui para frente a indicadores de atividade que aos índices de preços nos EUA.
O Citi divulgou hoje revisão de sua expectativa para a taxa de câmbio no fim deste ano de R$ 5,25 para R$ 5,42. Segundo o banco, o ambiente global tem piorado significativamente as perspectivas para a moeda brasileira. O fortalecimento da moeda americana no exterior, aliado com preocupações com potencial recessão nos EUA, tem prejudicado os preços das commodities nas últimas semanas, observa o Citi. “Domesticamente, incertezas ligadas à política fiscal podem aumentar à medida que nos aproximamos da eleição presidencial”, afirma o banco, em relatório.
Com informações da GZH 26.07.2022 ás 18H15