Um estudo global feito pelo Workmonitor, ganhou exposição nas últimas semanas, indicando que 56% da geração Z prefere estar desempregada a infeliz no trabalho.
Para os millennials, essa porcentagem é de 55%.
A pesquisa foi feita com 35 mil trabalhadores e revelou, também, que dois em cada três entrevistados destas gerações disseram que não se importariam em ganhar um salário um pouco menor se estivessem contribuindo para a sociedade com propósito.
Para as empresas, fica escancarado o risco de perder seus talentos, se houver falta de conexão!
Um caminho para reforçar o laço do relacionamento organizacional será oferecer flexibilidade no modelo trabalho, já que 71% dos respondentes disseram que poder trabalhar de qualquer lugar é bem importante para eles.
Os dados apresentam indicações de tendências e podem incitar boas discussões. Mas, não tenhamos ilusões. No contexto brasileiro, é necessário aplicar um olhar interseccional e mais atento.
A parcela da geração Z que pode “escolher” o desemprego à infelicidade no trabalho é formada por jovens com segurança financeira familiar, que representam uma parcela menor dentro do seu grupo etário, mas que tende a incluir as pessoas com melhor nível educacional. Ou seja, o risco do tal “apagão de talentos” segue na ativa!
Já a categoria conhecida como “nem-nem” (nem trabalha e nem estuda), não deve ser vista como grupo que ativamente decidiu não trabalhar. Grande parte dos jovens são, na verdade, “sem-sem” (sem opção de trabalho e sem oportunidade de estudar), principalmente em regiões periféricas.
Por fim, a felicidade no trabalho também precisa ser discutida. É claro que as empresas precisam se posicionar como plataformas de desenvolvimento humano, se adaptando às novas demandas das relações de trabalho. Mas a felicidade não é uma “oferta” e sim uma construção de percepção circunstancial de cada indivíduo. Essa construção demanda maturidade e consciência, além de ter o desafio de vencer a ansiedade e imediatismo comuns à juventude.
Qual sua opinião sobre esses dados? Acredita que os jovens estão mais criteriosos na seleção do trabalho, ou estão menos resilientes, mesmo?
Você já considerou pedir demissão por estar infeliz no emprego?