O que podemos (ou temos que) aprender com a guerra na Ucrânia? Quer conhecer algumas lições, úteis para a sua carreira ou empresa?
O modelo militar inspirou a hierarquia piramidal (top down) das empresas. Max Weber, sociólogo e economista alemão, formulou a teoria da burocracia, que consolidou este modelo na gestão pública. Pelas forças previstas por Schumpeter na Destruição Criativa, nos últimos anos, este modelo está sendo colocado em xeque nos negócios e até nos exércitos.
Bem-vindo a era das estruturas que adaptam seus sistemas com flexibilidade, com agilidade, com um mínimo de ordem necessário. Os exércitos russos e o ucraniano são dois bons (ou maus) exemplos desta mudança. Enquanto os russos atuam como uma empresa hierarquizada tradicional, os ucranianos têm a agilidade de uma startup.
O Financial Times de 18/03, publica uma brilhante análise dos erros do exército russo, e como os ucranianos estão aproveitando isto. A diferença fundamental é:
Modelo Russo: Ordem vem de cima (top down), em alguns casos do líder supremo, onde as mudanças são lentas. Qualquer semelhança com Hitler é coincidência. A imagem abaixo, do comboio parado por dias, é um bom (ou mau) exemplo disto.
Modelo Ucraniano: Comandantes juniores tomam decisões no campo de batalha. A Força Aérea de Israel segue este modelo, no qual as mudanças são quase instantâneas, para aproveitar erros do adversário.
Passando para o mundo dos negócios, não deveríamos colocar no modelo russo as empresas (principalmente as familiares) com estrutura hierárquica rígida, comandada por alguém com poder de vida ou morte (metaforicamente falando), onde as decisões demandam muito tempo, com departamentos que são como silos incomunicáveis e o objetivo final (gerar valor para o cliente é relegado a um segundo plano? Do outro lado temos (ucraniano) como startups que pivotam (seniores: buscar no Google) o negócio sem dó ou pena, e dão autonomia quase total aos colaboradores?
Uma pergunta para os que estão nas minhas gerações (etária e de carreira): Que competências temos que desenvolver ou aprofundar, para atuar no promissor mercado de startups? Vamos continuar falando russo ou vamos aprender ucraniano?
O exército prussiano (Russos), aprendeu muito com as derrotas sofridas para os exércitos napoleônicos. O entendimento do propósito da missão foi incorporado no ensinamento da escola prussiana dos oficiais, substituindo a questão da disciplina em alcançar a missão somente. A questão do Auftrag tätig foi repensada. Hitler, que tinha ojeriza à escola prussiana, não obstante amava o Velho Fritz, fez com que seus generais voltassem ao tempo, esquecendo o que dava agilidade às vitórias napoleônicas.