Os 87% restantes, em sua maioria, mal ganham o necessário para sobreviver.
Então os fiéis da religião do empreendedorismo pregam que, se todo mundo resolvesse empreender, não haveria tantas filas de candidatos a emprego Brasil afora e bla bla bla.
O discurso empreendedor é muito lindo, muito bacana, mas reducionista e simplista, ainda mais se considerarmos que uma parcela significativa dessa população “empreendedora” no país não passa de funcionários precarizados de empresas que se aproveitaram da reforma trabalhista para pagar ainda menos para quem já era mal pago, ou a última solução para ter alguma renda e colocar feijão no prato. Não é escolha, não é fruto de planejamento e não está gerando caixa e rendimentos suficientes para aquecer o consumo de boa parte desse pessoal.
Essa precarização do trabalho formal mascarada de empreendedorismo, assim como o “empreendedorismo do desespero”, seriam soluções efetivas para colocar comida (suficiente) no prato de tanto pai de família vendendo pra tanta gente sem poder de compra?
Vão vender o que e para quem?
O que precisamos é de produção aquecida e emprego decente. O resto é discursinho liberalóide para bobo dormir.

Será que o FIES, diploma, salva a pátria ou empreendedorismo?