As guerras nunca são iguais. A Alemanha conseguiu vitórias rápidas no início da Segunda Guerra, porque surpreendeu os inimigos com táticas (Blitzkrieg – guerra relâmpago) e tanques mais rápidos e com maior poder de fogo. Qual a grande novidade da Guerra na Ucrânia e como ela vai afetar o mundo mesmo após o final da guerra?
As armas usadas na invasão da Ucrânia não são muito diferentes das usadas pela Rússia na Síria ou na Chechênia. Talvez os mísseis antitanques portáteis sejam a maior evolução em termos bélicos, embora já testados. A grande surpresa que pegou Putin de calças curtas (para não dizer de calças nas mãos), foram as sanções econômicas que podem levar a Rússia a um colapso nas próximas semanas. Sanções econômicas são comuns desde antes das guerras napoleônicas. Mesmo sem guerra, os EUA mantêm um bloqueio econômico a Cuba faz décadas. O que as sanções impostas à Rússia estão tendo um efeito tão grave por lá, e terão por aqui?
EFEITOS NA RÚSSIA – Uma frase atribuída à Delfim Netto resume bem o buraco que as potências ocidentais enterraram na Rússia: “Prejuízo aleija, fluxo de caixa mata”. As reservas internacionais da Rússia passam de 640 bilhões de dólares, mas ela não deve conseguir pagar as importações das próximas semanas. Duas medidas são responsáveis por isto: Bloqueio das reservas mantidas no exterior e exclusão, quase total, do sistema de pagamentos Swift, sem o qual ninguém movimenta moeda forte. A consequência imediata foi o derretimento do Rublo, a explosão da inflação e a falta generalizada de produtos importados nas gôndolas dos supermercados russos. A reação russa foi frear algumas exportações, sem grande efeito prático até agora. A combinação destas duas “armas”, teve efeito ainda mais desastroso porque foi adotada por quase todos os países com relevância econômica.
EFEITOS MUNDIAIS – O uso desta arma seria um plano perfeito se a Rússia não fosse um “player” importantíssimo no mercado de commodities minerais e agrícolas. A Rússia é o primeiro exportador mundial de gás, o segundo de petróleo e o terceiro de carvão. A Europa depende da Rússia para gerar energia. A Alemanha, graças ao (des) governo Merkel, a dependência é quase total. Além disso, a Rússia tem uma participação importante no mercado de uma série de outros minerais. Nas commodities agrícolas representa uns 30% no mercado mundial de trigo mundial e outro tanto dos fertilizantes. Como consequência da guerra, o valor médio dos principais produtos agrícolas subiu 26% desde o início do ano.
A nova arma, já apelidada de guerra econômica, deixou a Rússia de joelhos. As duas perguntas são: Como a Rússia pode reagir? Até onde a Europa está disposta a aguentar a falta de alguns produtos? Qual a sua opinião?
Imagem: The Economist
Por: Ismar Becker
Conselheiro | Mentor | Administração | Harvard | Insead | Indústria | Gestão
(A opinião abaixo não representa o SINTRACOOP)
A GUERRA NA UCRÂNIA E ECONÔMICA OCIDENTAL
Vamos olhar por dois focos, o primeiro todos os países do ocidente está em guerra econômica. Putin tem de ser contido o quanto antes, é preciso união do ocidente, sem chororô “do meu pirão primeiro dos brasileiros” ou a covardia diante dos prejuízos.
A intenção do Putin não é só a Ucrânia, ele mente sobre as suas alegações, fica claro a sua intenção, esta guerra é uma defesa a democracia. Para os covardes e ignorantes basta ver como a repreensão russa invade a liberdade do seu cidadão, então vão entender do porque Zelensky e todo povo ucraniano está lutando.
O segundo foco, são medidas que beneficia o meio ambiente, isto faz com que os países Europeus e todos os países americanos, busquem novos meios de energias limpas e renováveis, visto que a russa vai além das poluentes ambientais, mas também ideológicas.
Estas medidas já eram cobradas e esperadas pelas questões climáticas e seus efeitos já reconhecidos, foi preciso um caso de guerra para fazer pressão maior as medidas já cobradas por anos.
Quanto a economia, basta adiar o tempo de investimentos e visar as prioridades neste curto ou a médio prazo, e analisar bem o mercado antes de investir, energias limpas é uma boa sugestão no meu ponto de vista.
Por Marisa Viana Pereira