Não há uma data prevista de acordo com o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), de acordo com entrevista dada a Gazeta do Povo. Em agosto de 2020, o estado assinou acordo com o Instituto Gameleya, órgão de pesquisa do governo da Rússia que desenvolveu o imunizante, para que a vacina fosse produzida no Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar). Pelo plano original, o Gamaleya entregaria a documentação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro para que já em outubro iniciasse a fase 3 de testes com voluntários paranaenses. Mas, até o momento nada aconteceu.
Segundo o governador do Paraná, depende do cronograma do instituto Russo. Há um monitoramento sobre o andamento do processo, tão logo os documentos cheguem dentro das conformidades com a Anvisa sejam aprovadas, posteriormente será possível a produção desta vacina no Paraná pela Tecpar. Ainda há uma grande expectativa para que isso ocorra muito em breve, vencidas todas as vias legais, diplomáticas, burocráticas e insumos necessários, será possível a produção.
A documentação para produção da Sputnik V no Tecpar não foi encaminhada à Avisa por decisão do Instituto Gamaleya. Isso porque o fundo estatal Russo, que financiou a pesquisa da vacina bloqueou o processo com o governo do Paraná. Sem maiores explicações, o fundo solicitou revisão do documento assinado com o estado e desde então o acordo está parado.
Outros acordos depois do Paraná
A Argentina foi o terceiro país usar a vacina do Instituto Gamaleya, atrás da própria Rússia e da Belorrúsia, cuja ditadura tem simpatia do governo de Vladimir Putin. No último sábado (16), o governo argentino recebeu o segundo lote da Sputnik V com 300 mil vacina para aplicação da segunda dose na fase emergencial.
Além disso, o laboratório União Química também fechou acordo para produção da Sputnik V no Brasil após a assinatura da parceria com o governo paranaense. Neste caso, a União Química já enviou documentação à Anvisa para o uso emergencial de 10 milhões de doses do imunizante importado da Rússia. Entretanto, a Anvisa negou o pedido na última sexta-feira (15), alegando faltarem requisitos nos documentos encaminhados. O fundo russo afirma que irá encaminhar as informações solicitadas pela Anvisa o mais rápido possível.
Além do Paraná, a Bahia também fechou acordo com a vacina russa e entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja ação está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski. Se a burocracia brasileira realmente emperrar o processo, há possibilidade de essas 10 milhões de doses de Sputnik V mudarem de destino, sendo exportadas para outros países, incluindo a Argentina.
Com informações do Jornal Gazeta do Povo – 20/01/2021