Trabalhadores informais e por conta própria podem ser os mais afetados em seus rendimentos por um eventual agravamento da crise de coronavírus, avaliam especialistas. A doença chega ao Brasil num momento em que o número de trabalhadores que não estão protegidos pela legislação trabalhista está em nível historicamente alto, ainda com resultado da recessão e da lenta retomada da economia.
São muitas variáveis negativa para os trabalhadores informais, primeiro porque dependem das vendas que já é baixa nos seus rendimentos em comparação com trabalhadores formais, dependendo somente das suas vendas a demanda cairia se houver limitação na circulação de pessoas.
A situação emergencial do coronavírus fortalece debate sobre a necessidade de o país criar mecanismos de proteção social para o contingente de trabalhadores à margem da CLT, que tende a aumentar, devido à mudança estrutural do mercado de trabalho em nível global.
Dos conta própria, 79% não têm CNPJ, segundo a pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, trabalhando na informalidade. A renda média dos autônomos era de R$ 1.743 em janeiro, comparado a renda de R$ 2.213 dos empregados com carteira. Já os conta própria sem CNPJ ganhavam em média R$ 1.355. Em janeiro, a taxa de informalidade do mercado de trabalho brasileiro estava em 40,7%, contra 38,6% em igual mês de 2016, dado mais antigo comparável na serie histórica.
A emergência do coronavírus assim alimenta o debate sobre mecanismos protetivos públicos para os trabalhadores que não estão sob o guarda-chuva da legislação trabalhista. As informações foram baseada na matéria do jornal Valor Econômico.
Marisa Pereira – 13/03/2020 ás 06:16